Desigualdade Educacional: Acre ficou ausente no ranking das melhores escolas do Enem 2024

O recém-divulgado ranking das 50 melhores escolas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024, elaborado pelo jornal O Globo com base em dados do Ministério da Educação (MEC), expõe uma dura realidade da desigualdade educacional brasileira: a ausência completa de instituições acreanas. Nenhuma escola do estado figura entre as instituições com as maiores médias no exame, um cenário que reflete as disparidades regionais no acesso à educação de qualidade.

O domínio do ranking por escolas privadas e instituições federais seletivas, concentradas principalmente em grandes capitais como Fortaleza, Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro, ressalta a concentração de recursos e oportunidades em determinadas regiões do país. O Ceará, por exemplo, ostenta quatro das cinco escolas mais bem colocadas, enquanto Teresina (PI), cidade de porte médio, consegue posicionar cinco escolas entre as melhores.

Esta concentração de excelência educacional deixa à mostra a precariedade do sistema educacional em estados como Acre, Amapá, Roraima, Rondônia e Tocantins, todos ausentes da lista. A escassez de recursos, a infraestrutura deficiente e a falta de investimento em educação são fatores que contribuem para o abismo entre as escolas de diferentes regiões do Brasil. A presença de apenas três escolas públicas no ranking, todas vinculadas a universidades federais, reforça a necessidade de políticas públicas mais eficazes para garantir a igualdade de oportunidades em todo o território nacional, investindo em infraestrutura, formação de professores e acesso a recursos pedagógicos em todas as regiões, especialmente nas mais carentes. A ausência do Acre neste ranking serve como um alerta para a urgência de ações para reduzir as desigualdades regionais no acesso à educação de qualidade.