Desmatamento no Acre: redução de 25%, mas alerta para alta no corte de árvores

O cenário do desmatamento no Acre em 2024 apresenta dados conflitantes, gerando uma imagem complexa da situação ambiental no estado. Enquanto relatórios da plataforma PlenaMata apontam um aumento alarmante na perda de árvores, com mais de 16 milhões cortadas (equivalente a 33 por minuto ou 47.542 por dia), e um crescimento de 90% na área desmatada em comparação com 2023 (atingindo 29.283 hectares), dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), divulgados por Marina Silva, mostram uma redução de 25% no desmatamento, passando de 601 km² em 2023 para 448 km² em 2024.

A discrepância entre esses números exige uma análise cuidadosa. A PlenaMata, baseada em dados do MapBiomas, contabiliza o número de árvores individuais cortadas, enquanto o INPE utiliza imagens de satélite para medir a área total desmatada. Essa diferença metodológica pode explicar, em parte, a divergência nos resultados. É importante considerar também que o período de análise do INPE (1º de agosto de 2023 a 31 de julho de 2024) difere do período considerado pela PlenaMata, o que pode influenciar a comparação.

Apesar da redução relatada pelo INPE, que representa um dos melhores desempenhos do estado nos últimos cinco anos e contribui para a meta nacional de desmatamento zero até 2030, o número de árvores cortadas, segundo a PlenaMata, permanece extremamente preocupante. A taxa de desmatamento, mesmo reduzida, ainda é significativa e exige ações contínuas de combate aos crimes ambientais. O sucesso do Gabinete de Crise, criado pelo governador Gladson Cameli para enfrentar esses crimes, ainda precisa ser avaliado a longo prazo para determinar sua real eficácia na preservação da Amazônia Acreana. A necessidade de transparência e clareza na divulgação de dados, utilizando metodologias consistentes e comparáveis, é fundamental para um monitoramento eficaz e para o desenvolvimento de políticas públicas efetivas de combate ao desmatamento.