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Dia do Capoeirista é ferramenta para valorizar a prática em todo o país

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(Foto: Divulgação)

Instituído em São Paulo nos anos 80 como o Dia do Capoeirista, o 3 de Agosto foi inspirando outras datas que abrem espaço no calendário para dar mais visibilidade à prática que um dia foi criminalizada no país.

O advogado e capoeirista Rafael Sousa Santana, o Formiga, conta que depois dela, outras datas têm homenageado o esporte: no Nordeste, a primeira iniciativa foi a criação do Dia Estadual da Capoeira, comemorado em 24 de maio, desde 2011; Fortaleza tem o Dia Municipal, celebrado em  28 de junho, desde 2013.

Fundador do Centro Cultural Aldeia, o contramestre Da Mata recorda que o Dia do Capoeirista não tinha adesão na Bahia, por ser algo ‘importado’ de São Paulo. “Eu mesmo era contra, mas fui mudando minha cabeça com o tempo”, conta. “Hoje eu já a vejo de maneira diferente. Tivemos muitas iniciativas que visavam tratar a capoeira como ruim, qualquer problema numa roda repercutia rapidamente. Quando temos algo positivo, acho que precisamos valorizar porque isso valoriza a capoeira e os próprios capoeiristas”, afirma Da Mata.

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Contramestre Da Mata viu a capoeira entrar em sua vida em 1987; ele é fundador do Centro Cultural Aldeira (Foto: Vinícius Nascimento/CORREIO)
Dia do Capoeirista é ferramenta para valorizar a prática em todo o país(Foto: Divulgação)

Dia do Capoeirista é ferramenta para valorizar a prática em todo o país

Praticantes falam sobre importância de iniciativas que promovem a capoeira

Instituído em São Paulo nos anos 80 como o Dia do Capoeirista, o 3 de Agosto foi inspirando outras datas que abrem espaço no calendário para dar mais visibilidade à prática que um dia foi criminalizada no país.

O advogado e capoeirista Rafael Sousa Santana, o Formiga, conta que depois dela, outras datas têm homenageado o esporte: no Nordeste, a primeira iniciativa foi a criação do Dia Estadual da Capoeira, comemorado em 24 de maio, desde 2011; Fortaleza tem o Dia Municipal, celebrado em  28 de junho, desde 2013.

Fundador do Centro Cultural Aldeia, o contramestre Da Mata recorda que o Dia do Capoeirista não tinha adesão na Bahia, por ser algo ‘importado’ de São Paulo. “Eu mesmo era contra, mas fui mudando minha cabeça com o tempo”, conta. “Hoje eu já a vejo de maneira diferente. Tivemos muitas iniciativas que visavam tratar a capoeira como ruim, qualquer problema numa roda repercutia rapidamente. Quando temos algo positivo, acho que precisamos valorizar porque isso valoriza a capoeira e os próprios capoeiristas”, afirma Da Mata.

Contramestre Da Mata viu a capoeira entrar em sua vida em 1987; ele é fundador do Centro Cultural Aldeira (Foto: Vinícius Nascimento/CORREIO)

A capoeira entrou na vida do contramestre por acaso, em 1987. “Entrei pra brigar. Dizia que era bom na mão e queria ser no pé também”. A própria capoeira e os mestres que passaram em sua vida trataram de mudar essa noção. “Me tornar capoeirista foi um divisor de águas na minha vida e me fez ser quem eu sou. A partir do momento que passei a encarar a capoeira como uma arte presente em tudo, passei a tomar decisões muito mais rapidamente. No trabalho, na escola, na vida”, reflete.

Idealizador do Festival Internacional de Capoeiragem, o mestre Balão fundou o CTE Capoeiragem em maio de 2000 e gosta de usar o termo ‘capoeiragem’, justamente para enfrentar o estigma de marginalização que a capoeira sofreu ao longo dos anos no Brasil. Atualmente, O CTE está presente também em São Paulo, Espírito Santo, Santa Catarina e Sergipe. E na Alemanha, Bélgica, Suíça e Itália.

Mestre Balão é fundador do Festival Internacional de Capoeiragem (Foto: Divulgação)

Primeira mulher a ter o lenço branco na Capoeira Regional, a Mestra Preguiça avalia que iniciativas formais de valorização da capoeira ajudam a mudar a mentalidade e estigmas de que, por exemplo, não se trata de uma profissão.

“A capoeira, pra mim, é tudo. Minha filosofia de vida. Vivo dela: tudo que como, bebo e vivo vem dela. A minha formação como ser humano é toda da capoeira”, conta a mestra que é protagonista de um documentário que quer contar sobre a trajetória de um dos nomes femininos mais influentes da capoeira nacional.

Nascida no Nordeste de Amaralina, em Salvador, Mestra Preguiça iniiou sua trajetória na capoeira na década de 1980 e é a primeira mulher a receber o Lenço Branco, maior honraria da Capoeira Regional. Considerada uma importante referência para o movimento, há mais de  30 anos ela desenvolve atividades relacionadas à capoeira no Brasil, nos  EUA e diversos países da Europa.

A campanha Preguiça é História pretende arrecadar R$110 para cobrir os custos de prestadores de serviço, produção, captação e edição do documentário. As contribuições podem de qualquer valor a partir de R$ 25 (vinte e cinco reais), pela plataforma virtual Vakinha. As formas de pagamento são PIX, cartão de crédito ou boleto. As pessoas que fizerem doação acima de R$ 100, terão como recompensa uma vaga para um aulão especial com a Mestra Preguiça, em data e horário a serem definidos.

Documentário pretende contar trajetória de Mestra Preguiça (Foto: Fernando Gomes/Divulgação)

Lançado em 2021, o Catálogo da Capoeira busca cadastrar grupos e núcleos dos vários estilos de capoeira na Bahia. Desde o lançamento, foram 132 grupos e 137 núcleos mapeados. A maioria deles, cerca de 40%, são da chamada Capoeira Regional, criada pelo famoso mestre Bimba, que possui um ritmo musical mais rápido e seco, além de movimentos mais suaves. Enquanto alguns integrantes jogam capoeira, os outros participantes ficam em pé batendo palmas.

Os outros 60% se dividem em duas fatias iguais de capoeira Angola,  modalidade mais antiga. Consiste em mais golpes próximos ao solo, possui ritmo musical mais lento e durante a roda os praticantes não batem palmas; e contemporânea, uma prática mais recente, surgiu na década de 70. Reúne algumas características da Capoeira Angola e Regional. A finalidade dessa categoria é realizar movimentos mais rápidos e mais enérgicos.

No ano passado, a Lei Moa do Katendê foi aprovada pela Assembleia Legislativa no dia 7 de Julho de 2021, uma iniciativa da deputada estadual Olívia Santana, com objetivo de reconhecer a capoeira como atividade educativa, cultural e esportiva. Entre outros metas, a lei quer salvaguardar e incentivar a roda e o ofício dos mestres tradicionais da capoeira através de medidas de apoio para formação e intercâmbio nacionais e internacionais do profissionais, além dar apoio para produção e divulgação de materiais literários e audiovisuais sobre a história da manifestação.

E esse ano, o jornal CORREIO também faz sua homenagem à capoeira, que será tema da 8ª edição edição do Afro Fashion Day, que acontece em novembro. Após dois anos, o projeto volta a realizar seletivas de modelos nos bairros de Salvador e fará o desfile de forma presencial. Mais detalhes serão divulgados em todas as plataformas do CORREIO nos próximos dias.

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