Diversidade e Inclusão: CNU reflete a cara do Brasil com um terço de aprovados negros, indígenas e PCD

O Concurso Público Nacional Unificado (CNU), considerado o “Enem dos concursos”, demonstra um retrato positivo da diversidade brasileira: um terço dos aprovados se autodeclaram negros, indígenas ou pessoas com deficiência (PCD). O resultado, divulgado pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), revela um passo crucial para a democratização e a inclusão no serviço público federal.

Diversidade em números:

-Negros: Aprovados negros saltaram de 18,8% dos inscritos para 24,5% dos aprovados, demonstrando um avanço significativo na representatividade.

-Indígenas: A participação indígena no concurso também teve um crescimento expressivo, passando de 0,46% dos inscritos para 2,29% dos aprovados.

-PCD: O número de aprovados com deficiência também superou a proporção de inscritos, saltando de 2,06% para 6,79%.

Ações afirmativas como motor da mudança: A ministra Esther Dweck destaca a importância das ações afirmativas para a transformação do estado brasileiro, garantindo que todas as vagas reservadas para cotas foram preenchidas. “A cota nos dá um piso, mas fomos além disso, inclusive em comparação à proporção de inscritos”, afirmou a ministra.

Mulheres presentes, mas ainda com desafios: O concurso registrou 37% de mulheres aprovadas, um número maior do que em outros concursos, mas ainda abaixo da participação feminina no processo seletivo. A ministra Dueck explica que a maior taxa de não comparecimento das mulheres no dia da prova (18 de agosto) pode ter impactado o resultado final. No entanto, o bloco 5, com carreiras relacionadas à educação, saúde, desenvolvimento social e direitos humanos, apresentou uma proporção maior de mulheres aprovadas (60,3%) em relação aos homens (39,7%).

Interiorização e representatividade regional: O CNU, com provas aplicadas em 218 municípios de todas as unidades da federação, expandiu o acesso a oportunidades para candidatos de diferentes regiões do país. O resultado? Aprovados de 908 municípios brasileiros, com destaque para a Região Nordeste (26% dos aprovados) e o Distrito Federal (20,12%).

Faixa etária e o reflexo do represamento de concursos: A análise do MGI aponta que a concentração de aprovados na faixa etária entre 25 e 40 anos, especialmente entre 30 e 35 anos, é resultado da ausência de concursos públicos federais na última década.

Compromisso com a carreira: O alto índice de aprovados na primeira opção de cargo (47,97%) demonstra o compromisso dos candidatos com suas escolhas profissionais e a satisfação com as oportunidades oferecidas pelo concurso.

O CNU representa um marco na história do serviço público brasileiro, impulsionando a diversidade, a inclusão e a representatividade. O sucesso do concurso abre caminho para uma administração pública mais justa, eficiente e com a cara do Brasil.