Artista plástica que sempre adorou escrever, dona Margareta se surpreendeu com as instruções detalhadas deixadas por sua mãe sobre o que fazer após a morte com cada objeto em sua possessão. Rotina que ela iniciara após completar 65 anos. Era o döstädning, da qual se tornou devota. A disposição da mãe a ajudou, inclusive, conta, a viver melhor o luto.
GERAL
‘É um ato de cuidado com quem se ama’, diz autora de livro sobre costume sueco da ‘faxina antes da morte’

O nome parece difícil para os que não estão com o sueco em dia, mas o significado de döstädning é mais simples do que parece. Dö é morte. Städning, limpeza. Tradição nórdica, trata-se do ato de arrumar o que se acumulou em vida para não transformar a tarefa em fardo para familiares, amigos, funcionários. Literalmente, “faxina antes da morte”, ato que pode, jura a autora best-seller de “O que deixamos para trás — a arte sueca do minimalismo e do desapego”, lançado agora no Brasil pela Intrínseca, ser libertador, um exercício de autoconhecimento e, de quebra, uma tremenda gentileza aos que ficam.
