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Empresa ameaça suspender alimentação de detentos por falta de pagamento e promotor prevê “bomba relógio” em presídio
A empresa responsável pelo fornecimento de mais de 7,5 mil refeições diárias aos presos do Complexo Penitenciário Francisco de Oliveira Conde, Universitário Restaurante IND. COM. E Agrop. LTDA, que serve almoço e jantar, enviou um ofício ao Instituto de Administração Penitenciária (IAPEN) alegando que a falta de pagamento por parte da instituição não dá mais condições de a empresa arcar com os custos mensais da alimentação, que gira em torno R$ 1,2 milhão.
No documento, a empresa ameaça suspender o fornecimento da alimentação a partir da próxima sexta-feira, 8. “Alertamos a Vossas Senhorias que conforme já exaustivamente informado, nossa empresa enfrenta enormes dificuldades para manter a prestação de serviços do referido contrato, em virtude do atraso no pagamento dos meses de julho e agosto/2021, sendo que do mês de agosto ainda nem se quer fomos autorizados a emitir a nota fiscal de faturamento”, explica a empresa.
Outra reclamação da empresa é em relação ao cumprimento da Cláusula Décima Terceira do contrato, que estabelece a aplicação do IPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) no contrato. A empresa cobra o reajuste retroativo de R$ 0,24 centavos em cada alimentação.
A situação chegou ao conhecimento do promotor de justiça Tales Tranin, que na semana passada, já havia oficiado ao IAPEN a necessidade de pagar os valores em atraso. “Me preocupa muito porque o presídio é uma bomba relógio e se tiver essa suspensão no fornecimento de comida, aquilo ali pode explodir e ninguém conseguir segurar. O Ministério Público está muito preocupado”, diz Tales Tranin.
O ac24horas ainda não conseguiu falar com a direção do IAPEN. O posicionamento será publicado assim que acontecer uma manifestação por parte do órgão.