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Estudo: Pandemia acelera envelhecimento cerebral de adolescentes, principalmente meninas

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A pandemia de COVID-19 deixou marcas profundas em todos nós, mas para os adolescentes, os impactos foram especialmente desafiadores. Estudos já haviam demonstrado as consequências negativas para a saúde mental, vida social e outras áreas importantes do desenvolvimento. Agora, uma nova pesquisa, publicada na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, levanta um alerta ainda mais preocupante: a pandemia pode ter acelerado o envelhecimento cerebral em adolescentes.

O estudo, liderado pela Dra. Patricia K. Kuhl, analisou dados de ressonância magnética de 130 adolescentes do estado de Washington, comparando imagens pré-pandemia com as obtidas após o período de isolamento social. Os resultados revelaram um afinamento cortical acelerado nos cérebros dos adolescentes, especialmente nas meninas, onde o envelhecimento cerebral foi estimado em 4,2 anos mais rápido do que o esperado. Nos meninos, esse ritmo acelerado foi de 1,4 anos.

O estudo destaca a vulnerabilidade do cérebro adolescente, que ainda está em desenvolvimento e moldando suas funções cognitivas, sociais e emocionais. O afinamento cortical, um processo natural do envelhecimento, foi observado em regiões cerebrais associadas a funções cruciais, como o reconhecimento facial, o processamento de emoções, a empatia e a compreensão da linguagem.

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Embora o estudo tenha algumas limitações, como a ausência de um grupo de controle e a falta de dados sobre fatores socioeconômicos e hábitos de vida dos participantes, ele reforça a necessidade de atenção à saúde mental dos adolescentes. A hipótese de “aceleração do estresse” sugere que, em situações de grande adversidade, o cérebro pode acelerar seu desenvolvimento para proteger circuitos emocionais e regiões de aprendizado e memória.

Os autores do estudo ressaltam a importância de garantir o apoio à saúde mental dos jovens, incentivando o tempo de qualidade pessoal, limitando o uso de redes sociais e observando mudanças comportamentais que indiquem alterações no humor ou na saúde mental.

É fundamental reconhecer que os impactos da pandemia não se esgotaram com o fim do isolamento. As marcas deixadas no desenvolvimento cerebral dos adolescentes podem ter consequências a longo prazo, e a necessidade de acompanhamento e suporte continua a ser crucial.

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