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Ex-assessor do TSE que fez relatórios a Moraes foi preso por bater na mulher e disparar arma de fogo
Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e figura-chave das mensagens vazadas sobre a atuação do Ministro, foi preso em 9 de maio de 2023 acusado de agredir a esposa e por disparo de arma de fogo. Ele foi exonerado do cargo na Corte na manhã seguinte.
De acordo com o boletim de ocorrência, Tagliaferro chegou em casa ‘alterado’, discutiu com a esposa e, em seguida, disparou um tiro. O caso foi registrado como violência domestica, disparo de arma de fogo e ameaça pela Delegacia de Caieiras.
Na terça-feira, 13, a Folha de S. Paulo divulgou uma reportagem que revela diálogos sugerindo que Alexandre de Moraes, enquanto presidia o TSE, teria usado o tribunal como um braço investigativo do seu gabinete entre agosto de 2022 e março de 2023.
As mensagens indicam que o ministro exigia a produção de relatórios para embasar investigações contra bolsonaristas. Haveria um fluxo irregular de informações, com um órgão do TSE sendo utilizado para alimentar o STF sem que houvesse requisições oficiais de informações.
Ministro minimiza reportagem
Na quarta-feira, 14, Moraes apresentou defesa em sessão no Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o magistrado, ele apenas orientava a assessoria para que realizasse os relatórios, que eram oficialmente registrados nos arquivos.
“Seria esquizofrênico eu, como presidente do Tribunal Superior Eleitoral, me auto-oficiar. Até porque, como presidente do tribunal, no exercício do poder de polícia, eu tinha o poder, pela lei, de determinar a feitura dos relatórios. Hoje, esse compartilhamento de provas [entre TSE e STF] continua permitido, e eu oficiaria a ministra Cármen [Lúcia], porque ela é a presidente do TSE” afirmou.
“Lamento que interpretações falsas e errôneas, de boa ou má fé, acabem produzindo o que nós precisamos combater neste país, que são notícias fraudulentas. De ontem para hoje, houve uma produção massiva de notícias fraudulentas para descredibilizar o Supremo, as eleições de 2022 e a própria democracia no Brasil”.