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Fábrica fechada da Fugini não tinha controle de pragas, diz Anvisa
Após suspender a fabricação e comercialização dos alimentos da marca Fugini , que saem da unidade em Monte Alto, São Paulo, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu mais detalhes sobre as irregularidades encontradas na fábrica.
“Podemos dizer que a empresa não apresentava as portas necessárias para garantir o controle de pragas e vetores. Faltava porta para separar a área da produção dos alimentos da área externa, por exemplo”, disse a gerente de Inspeção e Fiscalização Sanitária de Alimentos da Anvisa, Renata Zago, em entrevista para O Globo.
De acordo com a gerente, a equipe de fiscalização identificou “várias irregularidades” durante a visita, como a falta de controle de temperatura, necessário para evitar os riscos de contaminação por microrganismos e para manter a qualidade dos produtos.
“Não havia esse controle para garantir que o processo fosse seguro”, alertou Zago.
A fábrica também apresentou outras falhas graves relacionadas à higiene que, segundo avaliação da gerente, impactam diretamente na qualidade e segurança do produto final.
“A gente precisou pedir estudos, resultados de laudos e adequações para a empresa, e, enquanto tudo isso é feito, o que está lá dentro está parado. Não há recomendação acerca do que está no mercado em relação a não usar, com exceção da maionese. Para esta, fizemos outra ação específica devido à matéria-prima vencida utilizada. Nesse caso, há necessidade de recolhimento”, complementa.
A unidade ainda não apresentava a rastreabilidade de matéria-prima, processo responsável pelo acompanhamento dos ingredientes utilizados no alimento em todas as etapas da cadeia de abastecimento.
“[não havia] Rastreabilidade, uma coisa muito importante, em que a fabricante precisa saber de onde vem a matéria-prima e em quais produtos ela usa cada matéria-prima e para onde vai cada produto”, detalha a gerente.
Entenda o caso
As atividades da fábrica da Fugini, em Monte Alto, no interior de São Paulo, foram suspensas após a ordem da Anvisa na quarta-feira, 29, que também determinou o recolhimento de um lote de maionese em nova decisão publicada no dia seguinte. Isso porque foi identificado uso de produto vencido na fabricação da maionese.
A própria Fugini admitiu o uso de corante vencido na fabricação da maionese. “Por um erro operacional, esse lote de produtos foi fabricado com adição do ingrediente urucum (agente natural para dar cor ao produto) que representa 0,003% da formulação que estava fora da sua data de validade”, diz um trecho do comunicado da empresa.