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Filhas reencontram pai 39 anos após ele sair de Pernambuco para trabalhar: ‘Feliz, feliz demais’
Há 40 anos, era comum nordestinos tentarem a vida fora da terra natal. Naquela época, seu Antônio Barros, de 75 anos, foi um dos que deixaram a família para trabalhar em outras cidades com o objetivo de depois voltar.
Só que os planos do seu Antônio não saíram bem como ele planejava. Casado, pai de quatro meninas e dois meninos, ele deixou o sítio Bom Jesus, onde vivia, no distrito de Santa Filomena, município de Ouricuri, em Pernambuco, em 22 de julho de 1982 e, só reencontrou a família na semana passada, em Campo Grande.
“Já tinha procurado um jeito de voltar. Mas as condições financeiras não deixavam. Até que Deus deu um jeito e elas me encontraram. Eu estou muito feliz que minhas filhas foram me buscar. Feliz, feliz demais. Pra mim, foi só vitória de Deus”, fala Antônio, emocionado.
A família sempre quis saber do seu Antônio, mas foi a atitude de uma das netas que fez com que todos se movimentassem para achar o aposentado que estava trabalhando como ajudante de serviços gerais em uma empresa da capital sul-mato-grossense.
“Desde pequena ouvia a história de que ele era uma pessoa muito envolvida em reuniões das comunidades locais. Uma das pessoas mas desenvolvidas que tinha aqui na região e que em umas das viagens que ele fazia ele não mas retornou”, conta Ana Paula.
Ela e uma das filhas de seu Antônio passaram a correr atrás de informações sobre o paradeiro dele, até que descobriram o endereço. Aí, no grupo da família, a discussão era: como abordar Antônio? Como ele reagiria? Atravessar o ‘mapa’ para encontrá-lo, e se não der certo?
Enquanto a discussão rolava solta no grupo, as irmãs Maria Adnair e Maria Aparecida Alencar, compraram passagem aérea e desembarcaram na capital no dia 15 de setembro. ‘Bateram’ na casa onde ele morava com a nova mulher, falecida há cerca de um mês, e enteados, e lá ficaram até domingo (19), quando voltaram com o pai para Pernambuco.
“A gente não saiu para buscar. A gente queria ver. Os dias foram passando. Ele falou que vinha com a gente e aí foi só alegria. A gente saiu daqui [de PE] só com o endereço. Não sabia o que ia encontrar. Não tinha notícia dele. Não sabia se ele estava bem, se tinha casado, como que estava. A gente só pegou o voo e foi”, conta Maria Adnair. “Ele falou: eu vou com minhas filhas. E a gente trouxe com o maior carinho do mundo”