O corpo técnico do Fundo Monetário Internacional (FMI) recomendou que o Brasil realize “um esforço fiscal mais ambicioso”, para colocar a dívida pública em uma trajetória de declínio firme. A mensagem faz parte do relatório anual produzido pelo FMI sobre a economia brasileira, divulgado nesta segunda-feira (31/7).
No documento, os técnicos do fundo mostram que o avanço econômico do país neste ano foi sustentado por uma “produção agrícola muito forte”, enquanto a indústria e os serviços tiveram um desempenho menos intenso. “Um avanço mais brando do consumo e a queda do investimento apontam para uma maior moderação do crescimento no resto do ano”, diz o texto.
O FMI prevê um crescimento de 2,1% da economia do Brasil, em 2023. A previsão anterior era de 0,9%. O número atual está bastante próximo da estimativa do mercado brasileiro, que projeta 2,24%. Para 2024, o fundo acredita numa evolução de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB). Depois disso, a país deve atingir a taxa potencial de crescimento, entre 1,5% e 2% ao ano.
Para o FMI, a inflação deve atingir 5,4% até o fim de 2023 e convergir para a meta somente em 2025. De acordo com levantamento semanal feito pelo Banco Central do Brasil (BC), os agentes econômicos do país projetam uma elevação de preços menor, de 4,84% neste ano.
Cenário de riscos
Na frente externa, diz o FMI, os riscos econômicos para Brasil incluem uma desaceleração global abrupta, um aperto acentuado das condições financeiras mundiais e a volatilidade dos preços das commodities. No âmbito doméstico, eles decorrem, principalmente, da retomada da incerteza fiscal e da inflação mais persistente.
Na avaliação do fundo, foram positivos os avanços recentes na agenda legislativa – com a reforma tributária, o novo marco fiscal e o fortalecimento de mecanismos de resolução de disputas tributárias. Para os técnicos do FMI, um sistema financeiro sólido, reservas cambiais adequadas e um regime cambial flexível são fatores que sustentam a resiliência da economia nacional.
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