Fraudes no INSS: deputados bolsonaristas dizem ter 184 assinaturas para instalação de CPI

Deputados de oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciaram, em coletiva na Câmara nesta quarta-feira, 30, terem conseguido 184 assinaturas pela abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o caso das fraudes envolvendo aposentadorias e benefícios do INSS.

O mínimo de assinaturas necessárias para a instalação de uma CPI é 171. Ainda assim, não há previsão para instalação da nova comissão. Os deputados disseram ter discutido a questão com o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos – PB), que levantou o fato de já terem outras 13 CPIs registradas na Câmara.

Os bolsonaristas afirmaram que o objetivo da CPI será o de identificar “quem roubou e devolver o dinheiro aos aposentados e pensionistas”. Um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) indica que R$ 6,3 bilhões foram desviados de beneficiários do INSS entre os anos de 2019 e 2024, período que envolve tanto o governo Lula quanto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Durante a coletiva, os parlamentares também pediram a demissão do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi. Em entrevistas anteriores, o chefe da pasta que cuida do INSS disse não ter sido omisso às denúncias de fraude, mas ter instalado apurações internadas.

Também na Câmara dos Deputados, na terça-feira, 29, Lupi comentou o assunto durante reunião da Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família.

O ministro alegou que, nos governos anteriores, não houve ações sobre as fraudes agora sob investigação. “Por que, então, não fizeram? Tem várias denúncias, tem citações de gente, por exemplo, um tal de careca, que age dentro do INSS há mais de 15 anos. Eu botei o careca lá?”, ironizou.