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GERAL

Fronteiras do Acre podem estar facilitando contrabando de mercúrio, além de cocaína

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Um novo elemento, além da cocaína e da maconha, pode estar cruzando as fronteiras do Acre em direção a outras regiões do Brasil. O estudo “De onde vem tanto mercúrio?”, elaborado pelo Instituto Escolhas, aponta para uma preocupante rota de comércio ilegal envolvendo mercúrio.

De acordo com os pesquisadores, impressionantes 185 toneladas de mercúrio de origem desconhecida podem ter sido utilizadas em garimpos brasileiros para a produção de ouro entre 2018 e 2022. Esse volume significativo levanta questões sobre a procedência e o destino desse mercúrio.

No cenário sul-americano, a Bolívia se destaca como o principal importador de mercúrio e um dos maiores do mundo. Entre 2018 e 2022, o país importou 723 toneladas de mercúrio e exportou 196 toneladas de ouro. Isso significa que a Bolívia importou cerca de dez vezes mais mercúrio do que o Brasil para produzir apenas 1,5 vezes mais ouro.

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“Essa é uma informação que deixa evidente as discrepâncias na região e alerta para uma rota de comércio ilegal de mercúrio para o Brasil, que já foi confirmada por investigações e apreensões”, afirma a pesquisa do Instituto Escolhas.

Mapa da América do Sul. Foto: Divulgação

O estudo também destaca o Peru, que tem um comportamento semelhante ao da Bolívia no comércio de mercúrio. No entanto, ao contrário da Bolívia, o Peru exporta mercúrio para outros países.

“O Peru é um dos grandes exportadores de mercúrio na região e no mundo e demanda atenção. O país exportou 176 toneladas de mercúrio para Índia, Holanda e Suíça durante o período de análise”, informa a pesquisa.

Os pesquisadores Larissa Rodrigues e Rafael Giovanelli ressaltam que países que importam ou exportam grandes quantidades de mercúrio, possuem atividades garimpeiras significativas ou têm controles frágeis nas fronteiras, são potenciais fornecedores e receptores de mercúrio ilegal. Portanto, esses países requerem atenção e monitoramento constante nas fronteiras.

“Todos esses países, seja por importarem ou exportarem grandes quantidades de mercúrio, seja por terem uma atividade garimpeira para a extração de ouro relevante ou seja, ainda, por terem controles frágeis nas fronteiras, são potenciais fornecedores e potenciais receptores de mercúrio ilegal. Por isso, demandam atenção e controles fronteiriços constantes”, salienta os pesquisadores.

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