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GERAL

Funcionários do CER III denunciam assédio moral por parte da nova gerência

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Após denúncias de pais sobre mudanças de regras dentro do Centro Especializado em Reabilitação do Estado (CER III) por parte da nova gerência, profissionais procuraram a redação do Na Hora da Notícia para relatar que estão sofrendo assédio moral dentro da unidade.

As denúncias são voltadas para a gerente de assistência Cinthia Brasil, que assumiu o comando por indicação da fonoaudióloga Soron Steiner, que, neste segundo mandato do governador Gladson Cameli, assumiu a Rede de Assistência da Pessoa com Deficiência.

Em um áudio enviado a redação, a gerente fala sobre os profissionais colocarem atestados e diz que na gerência antiga os mesmos não era, lançados na folha de ponto. “Quando eu entrei, eu comecei a seguir a linha da Soron, ela tinha muitas justificativas, declarações, mas isso ela só armazenava, guardava e, muitas vezes, não era lançado no ponto e isso virou rotina. Eu me sinto envergonhada em ter que mandar tanto atestado de profissionais que não estão vindo todos os dias. São dois, três, quatro profissionais que não vem. É assim, uma consulta médica, um exame, uma demanda. A gente sabe que tem coisa que não dá de fazer no contraturno, mas aquilo que a gente puder se comprometer eu peço para vocês olharem isso e analisarem com carinho”, diz a gerente, que ainda cita uma profissional como exemplo.

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Vale ressaltar que no artigo 6º da Lei 605/49, consolida o atestado médico como justificativa para o abono de faltas, e apresenta como motivos justificados para uma ausência no trabalho os acidentes de trabalho e as doenças devidamente comprovadas.

Chegou ainda nesta redação áudios e prints de reuniões realizadas por Cinthia, onde ela expôs conversas de WhatsApp particular que teve com uma das servidoras, induzido aos demais funcionários presentes se tratar de uma pessoa de má índole e não confiável.

“Eu andei mandando algumas mensagens para alguns funcionários no individual para chamar atenção, em relação a carga horária. Aí vem aquela situação, que vou mostrar para vocês, eu imprimi, porque a gente sempre acha que o coleguinha não é capaz de denunciar, que é a melhor pessoa do mundo, mas não é. Falo para vocês que não é. E o questionamento do colega é esse aí, se todo mundo vai cumprir a carga horária”, diz Brasil acusando a servidora de questionar se médicos também iram cumprir na íntegra a carga horária na unidade.

Recentemente a Lei 14.612 foi sancionada e nela se define como assédio moral como conduta praticada no exercício profissional por meio da repetição de gestos, palavras faladas ou escritas ou comportamentos que exponham o estagiário, advogado ou qualquer outro profissional a situações humilhantes e constrangedoras, capazes de lhes causar ofensa à personalidade, à dignidade e à integridade psíquica ou física, visando excluí-los de suas funções ou desestabilizá-los emocionalmente.

Outra contunda apontada pelos profissionais é de que a gerente enviou ao grupo dos funcionários que o acesso a sala de AVD (Atividade de Vida Diária) estaria proibido. Segundo informações, o espaço era utilizado pelos servidores e, principalmente, pelos pais, pois muitas crianças da unidade, como crianças autistas, por exemplo, devido às suas sensibilidades auditivas e visuais, não suportam aguardar o atendimento na recepção devido o barulho e circulação de muitas pessoas no ambiente.

“A sala era usada como um espaço mais acolhedor, algumas mães iam para lá para a criança ficar mais calma, aguardar o atendimento de forma mais tranquila. Essa semana ficamos surpresos com a proibição de usar o espaço. Inclusive foi questionado, mas não tivemos uma justificativa plausível. Dizer que a presença das mães e das crianças na sala atrapalha as terapias é pura mentira. Um desrespeito tirar esse acesso dos pacientes para simplesmente manter a sala trancada. A Sóron, quando era gerente de assistência autorizou a circulação das mães no espaço, porque entende e sabe da importância dessa sala no acolhimento especial para essas crianças”, denuncia um dos profissionais que prefere não se identificar.

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É importante salientar que os denunciantes afirmam que tudo isso começou com pouco tempo em que Cinthia entrou para o cargo. Eles afirmam ainda que foi tentado fazer uma denúncia em outros meios de comunicações, mas devido alguma influência, nada foi divulgado.

Interessante apontar que tudo isso que ocorre dentro da unidade vai contra o que prega a gestão do governador, que até campanha contra assédio moral no trabalho lançou, pedindo, inclusive, que os profissionais não se calem.

Entre as denúncias, servidores afirmam também que antes mesmo de ser confiada ao cargo, na época das eleições do ano passado, Cinthia pedia votos para a deputada Michele Melo, alegando ser sua prima e que muitos acreditam que talvez por isso nenhuma denúncia tenha ido para frente.

A reportagem entrou em contato com o Secretário de Saúde do Acre, o médico Pedro Pascoal, mas ele não se manifestou até a publicação deste material. A gerente Cinthia Brasil também foi procurada e respondeu que desconhece todas as informações.

“Nada disso procede, o que a gerência tem tentado fazer, sem medir esforços, é organizar o fluxo de atendimentos, para que os pacientes tenham o tratamento de qualidade! Em relação as faltas, a unidade possui um termo de consentimento, que é assinado pelos pais, no ato da admissão dos pacientes, este é claro em relação ao número de faltas e o mesmo foi criado na implantação do serviço, mesmo assim, nenhum paciente foi retirado das terapias a força ou de qualquer forma, sempre ouvimos a todos, levando em consideração todas a dificuldades de cada um”, disse.

No grupo de Whatsapp da instituição, o recado para que se voltasse a aceitar justificativas de faltas de pacientes mediante atestado médico foi dado no início da semana passada sob a alegação de que teria diminuído o número de casos de Síndromes Gripais. Porém os dados divulgados pela Fiocruz apontam um volume expressivo de novos casos e sabe-se que os pacientes atendidos na unidades, em sua maioria, tem imunidade baixa e os quadros gripais acabam evoluindo para algo mais grave em um curto espaço de tempo.

A gerente pontua ainda que, infelizmente, não se consegue organizar o fluxo e melhorar o atendimento sem normas e regras e isso acaba gerando desconforto em algumas pessoas.

“Nunca foi utilizado o serviço de forma politiqueira, em nenhum momento, nenhum gestor, nesta unidade manifestou seu voto ou fez campanha aqui dentro, isso é fácil de comprovar, é só perguntar para os pais, os responsáveis. Contamos com o compromisso da verdade sempre. Quando precisamos cumprir normas, organizar fluxos, isso gera descontentamento em algumas pessoas, mas seguimos firmes, o nosso objetivo é sempre o melhor para os pacientes, para aqueles que necessitam do serviço. Sempre que precisar, a gestão estará aqui para o que for necessário esclarecer”, finalizou.

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