Pesquisar
Close this search box.
RIO BRANCO
Pesquisar
Close this search box.

GERAL

‘Gigante’, ele passou por 4 transplantes de coração até conseguir um compatível: ‘Eu quero viver’

Publicado em

Com 1,88 de altura e 120 quilos, Fabiano Moreira, de 44 anos, precisou passar por cinco tentativas para encontrar um coração grande o suficiente para ele. Fabiano sofria de uma condição chamada miocardiopatia dilatada idiopática e, há quase um ano, descobriu que precisava de outro órgão para voltar a viver com qualidade.

Em relato exclusivo ao Terra Você, Fabiano conta que descobriu que tinha miocardiopatia dilatada idiopática há 11 anos, quando foi internado e se consultou com um cardiologista. No entanto, ele não seguiu as orientações passadas pelo médico e os cuidados com a saúde do coração ficaram em segundo plano.

Um novo susto veio anos depois, em outubro do ano passado, quando ele foi internado novamente por causa de uma embolia pulmonar e ficou por 30 dias em um hospital recebendo Milrinone, um medicamento para contração cardíaca injetado na veia para estimular o coração.

Continua depois da publicidade

Como a vida sem essa medicação não seria possível, Fabiano recebeu a indicação de transplante. “Foi nesse momento que descobri que precisaria fazer um transplante de coração. Apesar de saber que era uma situação delicada, tentei não me abater e mantive o pensamento positivo, confiando que Deus me ajudaria a sair vitorioso desse desafio. Acredito que precisamos encarar a realidade, lutar pela vida e evitar que o medo e a dúvida tomem conta da nossa mente”, diz.

Em dezembro de 2023, Fabiano foi transferido para o Hospital São Lucas Copacabana, no Rio de Janeiro, e devido ao uso do Milrinone, tinha prioridade na fila de transplante. No entanto, o grande desafio era encontrar um coração com as medidas adequadas para o tamanho dele e foram quase três meses de espera até a cirurgia.

“Teve um dia que foi mais difícil pra mim, que foi quando eu tive a notícia de que tinha um doador e isso foi por volta de 22h. Quando foi 9h30, por aí, o médico informou que o coração não estava bem e acabou não acontecendo o transplante”, lembra Fabiano.

Rodrigo Segalote, médico cirurgião cardiovascular do Hospital São Lucas Copacabana, conta que todo transplante cardíaco tem suas dificuldades, no entanto, o fato de Fabiano ter ficado muito tempo internado aguardando o órgão aumentou o risco da cirurgia.

“Como essa doença do Fabiano era idiopática, ou seja, sem causa identificada, não temos como saber em que momento da vida o seu coração começou a ser prejudicado. Ele pode ter tido uma virose que atacou o coração, fazendo com que o órgão crescesse e ficasse fraco”, explica o médico.

Depois de quatro tentativas sem sucesso, pois os corações disponíveis não se ajustavam corretamente na cavidade torácica do paciente, a equipe médica conseguiu realizar o procedimento em fevereiro deste ano.

Continua depois da publicidade

O médico conta que o transplante durou cerca de 8 horas e contou com duas equipes envolvidas. Uma equipe que vai até o doador captar o enxerto e a outra que fica no hospital preparando o paciente para receber o novo órgão.

“Tivemos sorte de o doador ser quase do tamanho do Fabiano, então, o coração era perfeito para o nosso paciente”, lembra Segalote.

A felicidade de todos que acompanharam a saga de Fabiano foi o combustível que ele precisava para se preparar para o procedimento. Ele conta que a equipe de médicos, enfermagem, fisioterapeutas e os prestadores de serviços gerais lhe passaram confiança. “Eu só tenho a agradecer por terem acreditado na minha saúde”, comemora Fabiano.

A recuperação de Fabiano não poderia ter sido melhor. No quarto dia após o transplante, ele já estava de pé e, nos dias seguintes, foi capaz de dar os próximos passos e tomar banho. Hoje, já em casa, ele toma os remédios indicados por Segalote e mantém o acompanhamento pós-transplante com Flávia Verocai, cardiologista do Hospital São Lucas Copacabana.

“Fisicamente eu estou muito bem, fazendo os exercícios que o médico pediu e o acompanhamento cardiológico. Às vezes uma dorzinha ali, uma dorzinha aqui, mas nada que eu não consiga acertar”, afirma Fabiano.

Para o futuro, o “gigante” de coração novo planeja viver melhor a vida ao lado da esposa, com a atenção à saúde e responsabilidade com seu corpo.

“Eu nunca passei por uma situação como essa no hospital. Já estive internado outras vezes, mas não nesse estágio de vida ou morte. Então foi uma experiência desafiadora. Eu ficava trabalhando dentro da UTI porque não podia parar e para a minha cabeça não focar naquilo” lembra o vendedor.

“Agora, o futuro é ter o cuidado que eu não tive lá atrás. Como eu falo sempre, eu tinha uma doença e não me cuidei, foi negligência minha, mas agora será diferente porque eu quero viver. Sou novo, tenho só 44 anos, então eu quero poder curtir porque ainda tenho muita coisa para viver, poder fazer tudo o que eu desejar mas, claro, agora com saúde.”

 

Propaganda
Advertisement
plugins premium WordPress