GERAL
Governo decide trocar o vale-alimentação por outro benefício

O governo federal está estudando uma mudança significativa no Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT): a substituição do atual modelo de vale-refeição e vale-alimentação por depósitos diretos via Pix em contas bancárias criadas exclusivamente para esse fim.
A medida está em debate no Palácio do Planalto e tem como objetivo reduzir os custos operacionais cobrados por empresas intermediárias, além de aumentar a eficiência do repasse. As informações são da Folha de S. Paulo.
Pagamento direto e sem descontos
Hoje, o sistema de benefícios corporativos movimenta bilhões de reais por ano e envolve taxas aplicadas por operadoras de cartões, como Edenred e Pluxee. Ao eliminar esse elo da cadeia, o governo acredita que o valor destinado à alimentação poderá ser repassado integralmente aos trabalhadores, sem descontos ou perdas ao longo do caminho.
A proposta está sendo debatida entre os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil), Luiz Marinho (Trabalho e Emprego) e o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. Segundo Haddad, uma primeira proposta de regulamentação pode ser apresentada dentro de 30 dias, caso haja viabilidade jurídica.
Liberdade de uso divide opiniões
Um dos pontos mais sensíveis da proposta é a liberdade de uso dos valores transferidos via Pix. Diferente do modelo atual, que limita os gastos a estabelecimentos habilitados, o novo sistema poderia permitir a utilização para qualquer finalidade, o que gera divergências dentro do próprio governo.
Reação do mercado
A notícia já impactou o setor: as ações da Edenred chegaram a cair 14% após a divulgação dos estudos sobre a mudança. A concorrente, Pluxee também caiu 8,76%. Nas duas empresas representou a pior queda desde 2024.
O Brasil representa uma fatia expressiva da receita de empresas do setor, aproximadamente 30% na Endered e 40% na Pluxee, o que explica a preocupação.
“Se essa mudança for implementada, será um obstáculo significativo para a Edenred”, disse o analista Ben Slupecki, da Morningstar à CNN.
Enquanto isso, sindicatos e especialistas acompanham de perto as discussões que podem transformar um dos benefícios mais tradicionais do trabalhador brasileiro.
