GERAL
Governo do Acre contesta dados do MapBiomas e reforça queda no desmatamento com dados do INPE

O Governo do Acre divulgou uma nota técnica contestando os dados recentes do MapBiomas, que indicaram um aumento no desmatamento no estado. A nota, emitida pelo Centro Integrado de Georreferenciamento e Monitoramento Ambiental (Cigma) da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA), afirma que os dados oficiais devem ser baseados no Projeto Prodes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
De acordo com o governo, os dados do Prodes demonstram uma redução consistente no desmatamento: 28% em 2023 em comparação com 2022, e uma projeção de queda de 25% para 2024 em relação ao ano anterior. Essa tendência, segundo a SEMA, demonstra o avanço do estado em direção às metas estabelecidas no Plano de Prevenção, Controle do Desmatamento e Queimadas do Estado do Acre (PPCDQ-AC), que prevê uma redução anual de 10% até atingir 50% em 2027. A nota cita os números do Prodes: 601 km² desmatados em 2022-2023 (uma redução de 28% em relação aos 840 km² de 2021-2022) e uma estimativa de 448 km² para 2023-2024 (uma queda adicional de 25%).
Para reforçar o compromisso com a preservação ambiental, o governo destaca a Operação Contenção Verde, iniciada em fevereiro, que realiza ações de combate a crimes ambientais em diversos municípios, com foco em Acrelândia, que apresentou os maiores índices de ilícitos em 2024. A operação, coordenada pelo Grupo Operacional de Comando e Controle (Gocc), terá caráter permanente e envolve fiscalização, educação ambiental e responsabilização dos infratores.
O secretário de Meio Ambiente, Leonardo Carvalho, ressaltou a importância da próxima reunião do GCF (Força-Tarefa dos Governadores para o Clima e Florestas) para a discussão de medidas conjuntas com outros estados amazônicos e países vizinhos (Peru e Bolívia). Além disso, o governo anunciou um processo seletivo para contratar 50 brigadistas comunitários para reforçar o combate a incêndios florestais em unidades de conservação estaduais, com remuneração mensal de R$ 1.476. Esses brigadistas, moradores das comunidades locais, atuarão em áreas protegidas como as APAs Igarapé São Francisco e Lago do Amapá, a Floresta Estadual do Antimary, o Complexo do Rio Gregório e a Arie Japiim Pentecoste, após passarem por capacitação. A divergência entre os dados do Governo do Acre e do MapBiomas destaca a complexidade do monitoramento do desmatamento e a importância da utilização de fontes confiáveis e metodologias robustas para a análise da situação.
