GERAL
Governo irá atuar em mais 6 territórios após concluir retirada de garimpeiros de terras yanomami
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou nesta segunda-feira que uma vez concluída a operação de expulsão de garimpeiros em terras yanomami, no início de abril, será iniciada a fase de desintrusão de seis outros territórios indígenas que enfrentam o mesmo problema.
Cerca de 20 mil garimpeiros ocupavam a maior reserva indígena do Brasil, assolada por uma crise humanitária, levando o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a declarar emergência de saúde para os yanomami e colocar em prática uma força-tarefa envolvendo militares, policiais, órgãos de proteção do meio ambiente e dos povos indígenas para retirar os invasores.
“Encerrada a operação yanomami, nós vamos dar continuidade às operações de desintrusão. Nós temos, em face da ADPF 709 do Supremo Tribunal Federal, mais seis desintrusões a realizar ainda neste ano”, afirmou Dino a jornalistas, referindo-se a ação apresentada pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) ao STF pedindo a expulsão de não indígenas de mais seis territórios nas terras de Karipuna, Uru-Eu-Wau-Wau, Kayapó, Araribóia, Mundurucu e Trincheira Bacajá.
Segundo Dino, além da saída dos garimpeiros das terras yanomami, foram apreendidos 68 milhões de reais relacionados ao financiamento do garimpo ilegal na região.
O garimpo é um problema antigo na região onde vivem os yanomami. Quando a reserva yanomami foi demarcada e reconhecida pelo governo em 1992, em Roraima, autoridades montaram uma operação para expulsar milhares de garimpeiros. Eles voltaram à área em números expressivos sob o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, que defendia a mineração em terras indígenas e cuja gestão fechou os olhos para invasões de reservas por garimpeiros e madeireiros ilegais.
A expulsão dos garimpeiros das terras yanomami levantou preocupações acerca de migração deles para outros territórios indígenas, que também já passam por problemas relacionados à disputa agrária, além de questões sanitárias e ambientais.