GERAL
Insatisfeitos, auditores da Receita do DF entregam 95% dos cargos
Auditores da Receita do Distrito Federal entregaram 134 (95,7%) dos 140 cargos de direção e chefia da Subsecretaria da Receita, da Secretaria de Fazenda do Distrito Federal (Sefaz-DF). Na prática, os servidores pediram exoneração dos cargos comissionados.
O ofício foi protocolado pelos presidentes do Sinafite-DF, Toni Pinto, e do Sindifisco-DF, Rubens Roriz, nesta quarta-feira (20/9).
A categoria está extremamente insatisfeita com a estrutura da Sefaz-DF, com a evasão dos recém-nomeados profissionais, com as atuais condições de trabalho e a remuneração.
Os servidores entraram em operação-padrão nessa terça-feira (19/9). O movimento foi aprovado em assembleias realizadas no último dia 5 de setembro.
A coluna procurou a Sefaz e aguarda retorno.
Os dois sindicatos que representam os auditores fiscais da Receita, Sinafite-DF e Sindifisco-DF, alertam que a entrega dos cargos comissionados vai impactar diretamente no início do Refis 2023, previsto para começar em 10 de novembro.
“Os auditores da Receita são os responsáveis por todo o processo de elaboração, parametrização, alteração de sistemas, análise de precatórios e todos os serviços que envolvem o funcionamento e execução deste programa de refinanciamento”, disseram.
Toni Pinto disse que “a quantidade de pedidos de exonerações, de quase 100%, demonstra o grau de insatisfação da carreira de auditoria tributária”.
“Nós tivemos uma evasão no último ano de 40 novos auditores para outros estados em busca de melhores remunerações. Temos a 26ª pior remuneração entre os fiscos estaduais e uma previsão de mais 80 novos auditores novos também migrarem para outros estados nos próximos doze meses, ou seja, depois de passarmos 20 anos sem concurso, poderemos perder 60% desta nova mão de obra no curtíssimo prazo de 2 anos”, afirmou.
Segundo o sindicalista, 100 auditores estão em “abono permanência, com condições de se aposentarem a qualquer momento, o que nos leva a conclusão de que se nada for feito teremos um apagão no fisco distrital.”
Rubens Roriz afirmou que, conforme deliberado em assembleia pelos servidores, “nenhum outro auditor assumirá qualquer cargo enquanto o Governo do Distrito Federal não trouxer uma solução para este problema”.
“Nós estamos diante de um complicador estrutural que poderá ocasionar queda de arrecadação e dificuldades financeiras para o Distrito Federal”, enfatizou.