Um dos quadros mais antigos do Caldeirão do Huck, o Lata Velha seguiu o apresentador para o Domingão na Globo. Em quase duas décadas, o programa reformou centenas de carros, motos e utilitários na TV.
Alguns destes modelos foram aclamados pelo público, enquanto outros viraram símbolo de bizarrice e excentricidade.
Separamos seis carros reformados pelo quadro que marcaram época, mas não tiveram destinos tão glamourosos quanto era esperado.
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É bom ressaltar que os carros já eram considerados “velhos” na época do programa e que se passaram anos depois da reforma. Ainda assim, é decepcionante ver que eles foram abandonados por seus donos, outrora tão apaixonados.
Fiat 147
O Fiat 147 de seis rodas é mais um dos ícones do programa. O veículo da empregada doméstica Mara Rúbia teve o entre eixos alongado em um estilo “trucado”. Além da alteração ousada, o carro ganhou vídeo game, DVD e frigobar.
Mas a alegria durou pouco. Alguns meses depois, começaram a aparecer problemas no teto, por conta da grande quantidade de massa utilizada para unir os dois veículos necessários para o efeito trucado.
O carro logo foi abandonado, sem uso, na garagem de um condomínio em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro.
Chevrolet C10
Apresentada em 2012, a história de Chester Ricardo foi bem emocionante. Depois de passar oito anos preso, ele montou um ferro-velho para seguir a vida de forma honesta. Nesse período, utilizava a caminhonete Chevrolet C10 1967 no trabalho, mas ela estava em péssimas condições.
Depois do programa, Chester não teve muita sorte. Ele chegou a trabalhar um ano com a caminhonete reformada, mas sofreu um acidente e demorou meses para conseguir pagar o conserto.
“Quando terminei de consertar, cinco dias depois fui descer a Vila Maria com material e estourou o freio. Bati num carro que tive que pagar. A partir disso nunca mais consegui arrumar a caminhonete” (sic), explica o dono do veículo.
Há cerca de três anos, a C10 foi vista abandonada em um terreno sem a parte da frente, que provavelmente foi danificada no segundo acidente.
Ford Belina
Depois da reforma do seu Ford Belina, em 2006, seu Toninho, um vendedor de ovos de Natal, no Rio Grande do Norte, ficou conhecido como ‘MC Pinto’. Além de reformar o carro, o programa fez um funk com a clássica frase “olha o carro do ovo passando na sua rua”.
Até hoje, tanto o carro quanto a música são utilizados no trabalho, virando uma verdadeira celebridade na cidade. O carro já foi até mesmo cabo eleitoral de candidato a vereador.
O estado do veículo, no entanto, choca à primeira vista, mas seu Toninho explica que além da maresia de Natal, o fato de o carro ser usado diariamente para trabalho por de 16 anos impediu a conservação.
Volkswagen Logus
O Logus GLSi 1996 do seu Luizinho é considerado o símbolo de excentricidade e bizarrice do programa.
Utilizado no trabalho de pedreiro, o carro foi reformado em 2010, mas a produção do quadro exagerou na personalização, estampou a lataria com imagens de tijolos e azulejos e utilizou colheres de pedreiro no lugar das maçanetas das portas – sem falar na marreta como alavanca de câmbio e botão de descarga na tampa de combustível.
Apesar de tudo, o mais interessado aprovou o serviço: seu Luizinho disse que, depois do programa, o carro o acompanhou durante anos no trabalho e até atraiu mais clientes. Em 2014, chegou a fazer uma nova participação no Caldeirão, em que mostrava o veículo em perfeito estado.
No entanto, em uma entrevista mais recente, o pedreiro afirmou que a clientela aumentou tanto que ele conseguiu comprar novos carros e o “pedreiromóvel” ficou para o filho, que diante da dificuldade de encontrar peças, resolveu vendê-lo.
No último ano, fotos do Logus abandonado em frente a uma oficina em Macaé, cidade do participante, geraram uma grande repercussão na internet. Foi quando um grupo de pessoas se reuniu para fazer o veículo andar novamente.
Volkswagen Kombi
Outra história inusitada é a da Kombi do uruguaio Javier que o Lata Velha reformou em 2008. Na época, o tatuador recebeu o veículo todo adaptado para o seu trabalho, com maca, espaço para higienização, entre outros. No entanto, precisou vendê-la e voltar para o seu país.
Em 2016, o veículo passou para terapeuta holística Sarah Zaad, que fez um spa sobre rodas, mas não sem uma boa reforma. Ela informou que até a caixa d’água utilizada no lavabo foi vendida pelo antigo dono e que a Kombi estava destruída, sem os equipamentos e até mesmo sem forro. Atualmente, não se sabe o paradeiro da Kombi.
Chevrolet Chevette 1991
Nem todos os modelos reformados pelo programa foram maltratados pelo tempo. O Chevette 1991, que pertencia à Camille Peixoto, está em ótima forma 8 anos depois de passar pelo programa. Mas, de certa forma, foi ‘abandonado’ pela família. Ele foi repassado em 2016, apenas três anos depois da transformação.
Conversamos com Cristiano Oliveira, o atual proprietário do veículo, que o colocou à venda por R$ 15 mil.
“O carro foi guardado com muito cuidado pela antiga dona. Em 2016, eu comprei e ele permaneceu sem uso, em perfeito estado. Mas chegou a hora de repassar, pois estou sem garagem em casa. Ele é muito elogiado, mas ninguém lembra que participou do quadro”, conta.
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