Mercado alerta para insegurança jurídica se STF reverter liquidação do Banco Master

BRASÍLIA — Especialistas do mercado financeiro que acompanham o Banco Central expressam preocupação com a forma como o Poder Judiciário vem tratando o caso do Banco Master, alertando para riscos de insegurança jurídica caso o Supremo Tribunal Federal (STF) decida reverter a liquidação extrajudicial da instituição.

A medida foi decretada pela autarquia no dia 18 de novembro, em meio a uma fraude de R$ 12 bilhões. Para manter a liquidez, o banco criou carteiras de crédito e fundos falsos, sem lastro, e tentou revendê-los para abastecer seus cofres. Na semana passada, o ministro Jhonatan de Jesus, do Tribunal de Contas da União (TCU), ordenou que o BC apresente os fundamentos técnico-jurídicos da liquidação, questionando uma cronologia atípica do processo decisório.

Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor de Política Monetária do BC e presidente do Conselho de Administração da JiveMauá, foi enfático ao avaliar os questionamentos do TCU: “São fora de propósito”, afirmou ele. A postura do Judiciário sobre o caso tem gerado incerteza no mercado, que observa com atenção o desfecho das discussões e seu impacto no sistema financeiro nacional.