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GERAL

Militares que aparecem em vídeos de 8/1 fizeram segurança de Bolsonaro

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Sete dos nove militares que trabalhavam para o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e foram identificados nas imagens gravadas pelo circuito interno do Palácio do Planalto, em 8 de janeiro, atuaram diretamente na segurança do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Isso aconteceu em viagens oficiais e eventos de campanha.

O major José Eduardo Natale, que aparece dando água aos invasores e depois discutindo com um dos golpistas, acompanhou Bolsonaro na viagem a Juiz de Fora (MG) para o lançamento da campanha eleitoral dele, em agosto do ano passado. Ele também integrou a equipe de segurança do ex-mandatário em viagem à Rússia, em fevereiro de 2022.

Responsável pelo “alerta laranja” na véspera da invasão golpista – o que reduziu o efetivo de defesa no Planalto –, o general Carlos Feitosa Rodrigues também estava na comitiva que foi a Moscou. As informações constam no Portal da Transparência e foram reveladas pelo Estadão.

Além deles, o coronel Wanderli Baptista da Silva Júnior estava entre os seguranças enviados a Nova York para acompanhar Bolsonaro na Organização das Nações Unidas (ONU), em setembro de 2022, quando o ex-presidente fez um discurso na Assembleia Geral mirando nas eleições brasileiras.

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Em depoimento à PF, na última sexta-feira (21/4), o ex-chefe do GSI general Gonçalves Dias disse ter dado ao coronel Wanderli a ordem para prender os invasores orientados a deixar o andar presidencial.

O major José Eduardo Natale, que ofereceu água aos golpistas, afirmou, em depoimento nesse domingo (23/4), que não deteve ninguém porque a situação envolvia “risco de vida”.

Em uma das filmagens, o major José Eduardo Natale aparece entregando água aos invasores. No depoimento à PF, o militar afirmou que os manifestantes pediram água e ele estava usando uma técnica de gerenciamento de crise.

Os ouvidos também afirmaram que tentaram combater os golpistas começando dos andares superiores, empurrando para baixo.

Crise no GSI

O GSI disponibilizou mais de 200 horas de gravações dos atos golpistas, registradas em 33 câmeras pelos quatro andares do edifício.

O registro ganhou nova repercussão esta semana, com a divulgação de um trecho do circuito interno em que o general Gonçalves Dias, então chefe do GSI, aparece circulando entre os golpistas. O ex-ministro se demitiu após a divulgação de partes do vídeo pela CNN, na última semana.

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Na íntegra dos vídeos, além de G. Dias, outros servidores do GSI aparecem nas gravações, interagindo com os golpistas. Entre eles, o major José Eduardo Natale, que chega a oferecer água aos invasores, em imagens já divulgadas, mas agora em outros ângulos. Natale também aparece discutindo com um dos invasores.

Há ainda imagens que mostram o momento em que a Tropa de Choque da PMDF recua após agentes serem apedrejados por golpistas. Os agentes resistiram por cerca de 16 minutos, antes de deixarem a entrada do local. Com a chegada dos golpistas, os militares do GSI responsáveis pela segurança se desesperaram e guardaram pertences.

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