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Missionários estrangeiros sob investigação no Acre: MPF apura presença em terra indígena

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O Ministério Público Federal (MPF) no Acre abriu um inquérito para investigar a presença de missionários estrangeiros na aldeia Santo Amaro, localizada na Terra Indígena Alto Rio Purus, habitada pelo povo Madijá-Kulina. A investigação, com prazo inicial de um ano, visa esclarecer se a comunidade indígena autorizou a permanência de Anthony Paul Goddard e Rachel Ann, missionários vinculados à Missão Novas Tribos do Brasil (NMTB).

A preocupação do MPF se baseia em denúncias de que Goddard teria invadido a terra indígena com o objetivo de doutrinar os indígenas, construindo uma casa de 96 metros quadrados na aldeia sem autorização da Funai ou das lideranças indígenas. Embora tenha comunicado sua saída em maio de 2023, a estrutura permanece na área, levantando suspeitas sobre a real intenção dos missionários.

A Missão Novas Tribos do Brasil, com histórico de controvérsias, tem como objetivo converter povos indígenas ao cristianismo, ensinando a Bíblia em suas línguas nativas. A organização, subsidiária da antiga New Tribes Mission, fundada na Flórida em 1942, já foi alvo de denúncias de abuso sexual e pedofilia em outras localidades onde atuava, o que aumenta a preocupação com a presença dos missionários na Terra Indígena Alto Rio Purus.

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A Funai foi recomendada a visitar a aldeia entre 29 de novembro e 4 de dezembro para verificar se houve consentimento da comunidade indígena para a presença dos missionários. O inquérito do MPF, amparado na Constituição Federal e na Lei Complementar nº 75/1993, visa proteger os direitos das populações indígenas e garantir que a presença de missionários estrangeiros não viole a autonomia e os direitos culturais da comunidade Madijá-Kulina.

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