Um dos maiores nomes do agronegócio brasileiro, com inúmeras fazendas pelo Brasil, dono da conhecida Fazenda Tarumã, acabou morrendo em um acidente junto com toda a sua família. Confira sua história!
O agropecuarista Celso Silveira Mello Filho, acionista e irmão do presidente e “Barão” do Conselho de Administração da empresa Cosan, Rubens Ometto Silveira Mello, morreu na manhã desta terça-feira, 14, vítima de um acidente aéreo. De educador a alvo do MPT, Celso era um dos grandes agropecuaristas do país!
O avião, modelo King Air 360, prefixo PS-CSM, de propriedade da CSM Agropecuária, da qual Mello Filho era diretor-presidente, caiu em Piracicaba, no interior de São Paulo. Ainda de acordo com os bombeiros, o avião saiu do Aeroporto de Piracicaba com destino a Redenção, no sul do Pará, e caiu logo depois, pouco antes das 9h, em uma área verde ao lado da Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo (Fatec).
A Fazenda Tarumã, em Santa Maria das Barreiras (PA), que pertence à CSM Agropecuária S/A. Com cerca de 30 mil cabeças de nelore, gado leiteiro, sede, diversas máquinas e outras construções, a propriedade dispõe até de pista de pouso, com hangar, para aviões de pequeno porte.
Fazenda do empresário era acusada de trabalho escravo
Na época do flagrante, em 2010, a fazenda Tarumã possuía 30 mil cabeças de gado nelore e gado leiteiro. Além da sede da fazenda, a área guardava máquinas e outras construções, como pista de pouso com hangar para aviões de pequeno porte.
Celso já era réu reincidente em ações por manutenção de trabalho análogo à escravidão por causa de infrações registradas também na área da fazenda Vale Bonito Agropecuária S/A – que já integrou a “lista suja” do trabalho escravo, entre 2003 e 2005.
Além de ser dono de inúmeras propriedades e acionista em empresas do ramo, Celso Silveira era dono da CSM Agropecuária S/A, se destacou com participação relevante no agronegócio brasileiro, mas também se dedicou a outras atividades com participação em empresas dos Estados de São Paulo, Paraná e Tocantins, entre elas a Vale Bonito Agropecuária. Seus negócios envolviam criação de gado e cultivo de grãos.
Foi no setor sucroalcooleiro que o economista Celso Mello mais se destacou, participando da coordenação geral de projetos na Usina Costa Pinto, matriz do grupo Cosan e da Raízen, seu braço energético.
Ao lado do irmão, Celso ajudou a construir uma das principais holdings do Brasil, a Cosan, gigante do setor de energia e infraestrutura. Seu trabalho começou na primeira usina da família, a unidade Costa Pinto, onde hoje é a sede da quarta maior empresa do País, a Raízen, joint-venture do Grupo Cosan com a Shell.
Conhecido como Celsinho pelos funcionários da usina, ele fazia questão de estar próximo das pessoas. Nas partidas de futebol no final da tarde, atuava na posição de atacante, ajudando o time União Costa Pinto Futebol Club, ou simplesmente “O Azulão da Usina”, a se destacar entre os adversários.
ATUALIZANDO INF SOBRE A QUEDA DE AERONAVE EM PIRACICABA. 04 VÍTIMAS NO LOCAL. AGUARDANDO DEMAIS INF. PIC.TWITTER.COM/8R28KLEDYL
— CORPO DE BOMBEIROS PMESP (@BOMBEIROSPMESP) SEPTEMBER 14, 2021
No setor esportivo, Celso foi presidente do Esporte Clube XV de Piracicaba, time de sua terra natal. A paixão pelo futebol também o levou a ser presidente do mais notório time da cidade, o XV de Piracicaba. Presidiu o clube em duas oportunidades, uma em 1988 e outra em mandato que durou de 1989 a 1992. Nos últimos anos, vinha compondo o quadro do Conselho Deliberativo do XV.
Empreendedor e educador
Em 2016, Celso recebeu a principal condecoração a um cidadão de Piracicaba, homenageado com o título de “Piracicabanus Praeclarus”. Mas foi longe de sua terra natal que construiu o que era um dos seus principais orgulhos, a Faculdade de Ensino Superior da Amazônia. Localizada em Redenção (PA), cidade a 900 quilômetros de distância da capital Belém, a instituição foi criada em 2004.
Celso gostava de falar em solenidades: “Sou um agricultor que também se apaixonou em ser educador”. Ele sempre fez questão de ressaltar que “da semente plantada com o surgimento da faculdade nasceu uma lavoura educacional”.