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Morre mulher que tomou chá emagrecedor após rejeição de fígado transplantado

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Mara Abreu, enfermeira, morreu após um transplante de fígado no Hospital das Clínicas, em São Paulo — Foto: Reprodução/Redes Sociais

A enfermeira Mara Abreu, que tomou cápsulas de um chá emagrecedor, morreu nesta quinta-feira (3) após seu corpo rejeitar um transplante de fígado no Hospital das Clínicas, em São Paulo, segundo amigos e familiares disseram ao g1. Uma médica gastroenterologista do Hospital das Clínicas de São Paulo usou uma rede social para alertar para os riscos de tomar chás emagrecedores após ela ter sido internada no hospital para o transplante.

O corpo de Mara foi cremado e o velório ocorreu nesta sexta-feira (4) no Funeral Tatuapé, na Zona Leste da capital. Ela era enfermeira no Hospital Santa Joana.

Segundo Márcia Cristina Oliveira, prima de Mara, o corpo rejeitou o fígado transplantado no último domingo (30) e ela estava à espera de um novo doador.

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Nas redes sociais, a médica Liliana Ducatti Lopes, que é cirurgiã do aparelho digestivo e realiza transplantes de fígado, disse que a paciente teve hepatite fulminante após tomar um chá emagrecedor de 50 ervas, incluindo chá verde, carqueja e mata verde.

Médica faz alerta

No vídeo publicado no Instagram, Liliana afirmou que na literatura médica há casos semelhantes ao da paciente, que não tinha nenhum problema de saúde prévio, desenvolveu uma falência aguda do fígado gravíssima e precisava “transplantar urgente”.

“São casos dramáticos”, afirma a médica.

De acordo com Liliana, sempre que recebe esses pacientes, a primeira coisa que faz é investigar a causa.

“Na grande maioria das vezes [a causa] é medicamentosa. Alguns medicamentos, como anabolizantes e outras medicações usadas, por exemplo Roacutan. Mas, normalmente, se faz uso desses medicamentos com acompanhamento médico e exame de sangue para ver como está a saúde do fígado.”
Liliana Ducatti Lopes é médica cirurgiã do aparelho digestivo e faz transplantes de fígado e outros órgãos — Foto: Reprodução/Instagram
Liliana Ducatti Lopes é médica cirurgiã do aparelho digestivo e faz transplantes de fígado e outros órgãos — Foto: Reprodução/Instagram

No caso da paciente internada no HC, no entanto, de início não era conhecida nenhuma medicação tomada por ela. Logo depois, porém, a família levou ao consultório um frasco de chá emagrecedor com 50 ervas, de acordo com a médica.

“Quando olhamos o rótulo dessa medicação já podemos identificar diversas ervas conhecidas por serem hepatotóxicas, por fazerem mal ao fígado. Dentre elas, a mais comum e mais conhecida é o chá verde. É muito bem descrito na literatura, há vários relatos e papers que mostram casos de hepatite fulminante causada por uso de chá verde.”

De acordo com a médica, além do chá verde, carqueja e mata verde também são ervas conhecidas na literatura médica por serem prejudiciais ao fígado.

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“Nós recomendamos não fazer o uso desse tipo de medicação: chá que desincha, chá detox, natural, erva… Não faça uso, desaconselhe as pessoas que você conhece. Isso tudo é charlatanismo e são descritos como hepatotóxicos, fazem mal para o fígado sim e podem levar à necessidade de um transplante de fígado.”
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