GERAL
Motoristas de ônibus paralisam e cobram pagamento de salários atrasados em Rio Branco
Em Rio Branco, quem precisou pegar ônibus nas primeiras horas da manhã desta segunda-feira (20) sentiu dificuldade. É que os motoristas de uma das principais empresas de ônibus da capital resolveram paralisar as atividades em protesto por conta dos salários atrasados.
A categoria diz que está com as férias e décimo terceiro atrasados, além dos pagamentos dos salários. Um dos motoristas, Rodrigo Luiz contou que desde janeiro os trabalhadores estão sem receber os salários. Os repasses que estavam recebendo desde então era do governo federal.
Ele informou que o governo fazia o pagamento de 70% dos salários e a empresa teria que pagar os outros 30%, mas isso nunca aconteceu. A preocupação, segundo o motorista, é que o mês passado foi o último desses repasses e não há previsão de normalização dos pagamentos por parte da empresa.
“Estamos no Terminal Urbano, está tudo fechado aqui, tem mais de 100 motoristas aqui no movimento. Estamos com salário atrasado, quase um ano sem receber, três férias atrasadas, FGTS, tenho 12 anos de empresa e não tem um real de FGTS na minha conta. Estamos desde dezembro sem receber décimo terceiro, salário, até hoje não recebemos um real dessa empresa e acabou mês passado o repasse do governo federal, estamos tendo que tirar dinheiro do bolso para colocar gasolina e ir trabalhar”, disse o motorista.
Ao G1, o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes Coletivos do Acre (Sindcol), Aluízio Abade, informou que ao menos 25 ônibus das empresas Via Verde de São Judas Tadeu estão funcionando nesta segunda. Segundo ele, o sindicato está em contato com a empresa para tentar buscar uma solução e o funcionamento do transporte seja normalizado.
A reportagem tentou contato com a direção da empresa Floresta, mas não obteve sucesso até última atualização desta reportagem.
CPI do transporte
A câmara de vereadores de Rio Branco instalou no último dia 14 a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do transporte público, com escolha da presidente, vice-presidente, relator membros titulares e membros suplentes que devem comandar as investigações. O colegiado fica responsável por apurar os problemas relacionados ao transporte na capital.
A comissão terá um prazo de 180 dias para desenvolver suas atividades e fazer relatório. O pedido de abertura da CPI do transporte público foi um pedido da vereadora Michele. O requerimento foi protocolado na Câmara e aceito, por 12 votos, pelos vereadores no dia 24 de agosto.
A CPI deve apurar pelo menos cinco pontos que envolve o transporte público na capital acreana. Veja os pontos:
▪️Razões das elevadas tarifas e os custos dos transportes coletivos urbanos;
▪️Condução do contrato de concessão com as atuais empresas prestadoras;
▪️Legalidade e eficácia dos atos de definições tarifárias e dos subsídios públicos (tributos e tarifários) às empresas detentoras da respectiva concessão;
▪️Diminuição da Frota de ônibus sem explicações concretas, causando prejuízos aos usuários;
▪️Endividamento trabalhista junto aos colaboradores das empresas prestadoras;
Conforme o requerimento, a CPI vai analisar e investigar as elevadas tarifas propostas pelas empresas prestadoras do serviço. A proposta é pedir todas as planilhas de custos, subsídios e tarifas para as empresas. Passagem custa R$ 4 na capital.