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GERAL

MP diz que PF que atirou em jovem no Acre estava bebendo e que arma ‘aumenta prepotência’

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Promotor Teotônio Soares, do MPAC/Foto: ContilNet

O promotor do MPAC, Teotônio Soares, na sua apresentação de argumentos no terceiro dia de julgamento do policial federal Victor Campelo, acusado de matar o jovem Rafael Frota, em junho de 2016, na boate Se7 Clube, contestou a alegação da defesa que disse que o PF agiu em legítima defesa.

Terceiro dia de julgamento do policial federal Victor Campelo/Foto: Reprodução

De acordo com a defesa, Victor teria sido espancado por 7 homens diferentes e por isso efetuou os disparos. Segundo o promotor, não há indícios de lesões graves, apenas um hematoma na boca do PF, causado pelo murro dado por Marcos, o que não justifica o argumento de espancamento. “Essa era a lesão que ele achou que ia morrer?”, questionou.

O promotor disse que o policial federal incitou a violência ao empurrar o rapaz conhecido como Marcos, que revidou com um soco em Victor. O MP alegou ainda que não há provas que o PF estava em um de risco real de morte, portanto, os disparos não seriam justificados.

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“A defesa disse que depois que ele tomou um murro, 7 pessoas foram pra cima dele. Não temos uma foto das lesões que ele disse ter depois do suposto espancamento. Cadê o risco real de morte? Onde ele aprendeu que um policial precisa reagir a um murro com um tiro”, perguntou o promotor.

A acusação expôs que durante o depoimento das 19 pessoas que estavam na boate no dia do crime, nenhuma informou que viu o PF ser espancado.

“Somente três pessoas falaram o termo espancar: Lavínia, ex-namorada, o réu, e o Miller, rapaz que encontrou e escondeu a arma. Todos eles tinham relação próxima ao Victor”, explica.

Consumo de álcool

O promotor insinuou ainda que o réu havia consumido bebida alcoólica no dia do crime. Teotônio apresentou o depoimento de um amigo do PF que confirmou que Victor teria comprado uma cerveja na boate.

“Ele estava consumido bebida alcoólica. O amigo dele comprou um uísque, ele comprou uma cerveja. Mas se vocês querem acreditar ao contrário, tudo bem. Mas piora ainda mais a situação. Se ele estivesse sóbrio, tinha que ter uma conduta de autoridade, para não criar confusão. A sociedade precisa olhar para a autoridade e ver ética. Ele com uma arma na cintura, era esperado outro comportamento”, opinou.

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Uso de arma

O promotor criticou ainda o fato do policial federal ter entrado na boate portando uma arma de fogo. Segundo ele, o PF era o privilegiado na situação. “Sempre quem morre é quem está em uma situação de desprivilegiada”, disse.

O MP alega que é esperado de um policial federal outro comportamento e que Victor havia se confiado na arma de fogo.

“Arma aumenta a arrogância, a prepotência. A sociedade precisa debater isso, arma, bebida e boate. Ele era uma autoridade. Ele selou a morte do Rafael na hora que ele entrou na boate armado”, finalizou.

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