GERAL
MS estima que cerca de 70 mulheres são diagnosticadas com câncer do colo do útero no Acre todos os anos
Anualmente, cerca de 70 mulheres no estado do Acre recebem o diagnóstico de câncer do colo do útero, conforme estimativas do Ministério da Saúde. Em nível nacional, estima-se que aproximadamente 17 mil mulheres são diagnosticadas com essa doença, sendo 1.980 casos na região Norte. Apesar de ser prevenível, o câncer de colo do útero persiste como o quarto tipo mais comum de câncer e a quarta causa de mortalidade entre as mulheres, especialmente aquelas negras, de baixa renda e com pouca escolaridade.
Como parte dos esforços para combater essa realidade preocupante, o Ministério da Saúde incorporou ao Sistema Único de Saúde (SUS) a tecnologia de testagem molecular para detecção do vírus HPV e rastreamento do câncer do colo do útero. Essa medida visa possibilitar um diagnóstico mais rápido e preciso, ampliando as chances de tratamento eficaz. O investimento de R$ 18 milhões em um projeto piloto em Pernambuco, realizado em 2023, foi um passo importante nessa direção.
A decisão de expandir essa estratégia para todo o país representa uma conquista significativa para as mulheres, já que a testagem molecular não apenas é eficaz na detecção precoce da doença, mas também permite um intervalo maior entre os exames em comparação ao método tradicional do Papanicolau. Enquanto o exame atual requer repetições a cada três anos e anualmente em caso de lesões, a nova abordagem sugere testes a cada cinco anos, facilitando o acesso e aumentando a adesão das mulheres ao rastreamento.
O câncer do colo do útero tem uma causa conhecida: a infecção persistente pelo HPV. Mesmo com opções de prevenção disponíveis, como a vacinação e o uso de preservativos, a doença continua sendo uma das principais causas de mortalidade entre mulheres em idade fértil no Brasil. Na região Norte, destaca-se como a principal causa de óbito feminino. Com uma taxa estimada de mortalidade de 7.92 casos para cada 100 mil mulheres no Acre, é urgente intensificar os esforços para sua eliminação até 2030.
Além dos avanços na detecção e prevenção, as iniciativas recentes do Ministério da Saúde também têm impulsionado a participação das mulheres na pesquisa científica. Chamadas públicas para estudos em saúde coletiva e evidências em saúde revelaram um aumento significativo na liderança feminina nesses projetos, demonstrando um compromisso crescente com a equidade de gênero no cenário científico.
Os resultados dessas ações refletem não apenas um progresso na promoção da saúde da mulher, mas também um reconhecimento da importância da diversidade e representatividade nas áreas científicas fundamentais para o bem-estar da população.