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‘Não houve omissão de Gonçalves Dias’, diz interino no GSI
O ministro interino GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Ricardo Cappelli, declarou que as imagens da câmera de segurança do ex-ministro da pasta, Marco Edson Gonçalves Dias , vão livrá-lo de qualquer suspeita de omissão nos ataques de oito de janeiro ao Palácio do Planalto.
“O general Gonçalves Dias é um servidor com décadas de serviços prestados ao Estado brasileiro. Agora é muito importante que as pessoas vejam as imagens sem os cortes, sem a edição, porque foram feitos cortes com claro intuito de atingir o governo e o general. Com a liberação das imagens vai ficar demonstrado que não há qualquer possibilidade de ilação com relação à conduta do general, que, inclusive, de forma muito honrosa, fez questão de se afastar das suas funções para que não houvesse dúvida sobre a lisura da conduta dele”, afirmou ele ao GLOBO.
Capelli disse que as imagens vinham sendo mantidas sob sigilo, pois integram inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga os atos golpistas. O ministro do STF Alexandre de Moraes quebrou sigilo de vídeos do circuito interno do Palácio.
Moraes declarou que “inexiste sigilo das imagens” e ordenou que “todo material existente” do circuito de câmeras do Planalto no dia dos atos seja enviado ao STF em até 48 horas.
Ex-ministro nega conivência
Gonçalves Dias prestou depoimento à Polícia Federal, e declarou que estava retirando extremistas bolsonaristas de um setor do Palácio do Planalto, mas não efetuou prisões, porque estava fazendo “gerenciamento de crise”.
“Que indagado porque, no 3° e 4° pisos, conduziu as pessoas e não efetuou pessoalmente a prisão, respondeu que estava fazendo um gerenciamento de crise e essas pessoas seriam presas pelos agentes de segurança no 2° piso tão logo descessem, pois esse era o protocolo”, registrou a PF durante o depoimento de Dias, que durou cerca de cinco horas.
O ex-ministro afirmou ainda que, sozinho, não tinha condições de prender os extremistas.
Em uma das imagens, é possível ver o major José Eduardo Natale, oferece água aos invasores. No depoimento, o ex-ministro afirmou ainda que, se tivesse visto a cena, teria prendido o militar.
“Que indagado a respeito de o major José Eduardo Natale de Paula Pereira haver entregue uma garrafa de água a um dos invasores; que deve ser analisado pelas circunstâncias do momento os motivos do major, mas que, se tivesse presenciado, o teria prendido”, disse.