GERAL
No Acre, tem mais pretendentes do que crianças habilitadas para adoção
A realidade da adoção no Acre se depara com um cenário peculiar: há mais pretendentes do que crianças aptas à adoção. De acordo com o portal do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) e informações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a discrepância é evidente, com 71 pretendentes habilitados para adoção e apenas 12 crianças e adolescentes disponíveis no estado.
Essa situação se repete em todo o Brasil, onde mais de 30 mil pretendentes habilitados aguardam por uma criança para adotar, enquanto 4.794 crianças e adolescentes aguardam por uma família. O descompasso é notável, com quase sete vezes mais pretendentes do que crianças disponíveis para adoção.
Mesmo com um número tão expressivo de pretendentes, as famílias ainda não são formadas devido a critérios estabelecidos pelos próprios adotantes no momento do cadastro. Um exemplo disso é a relutância em adotar grupos de irmãos, sendo que a maioria das crianças disponíveis não têm irmãos ou possuem poucos.
A faixa etária das crianças disponíveis também influencia nas decisões de adoção. Apenas um bebê tem até dois anos de idade, enquanto a maioria possui entre 4 e 16 anos. Essa distribuição etária mostra a relevância da adoção tardia e da aceitação de crianças mais velhas no processo de adoção.
No sistema de acolhimento, há 114 crianças e adolescentes sob medida de proteção no Acre, distribuídos em 15 serviços de acolhimento em todo o estado. Durante o processo de adoção, a prioridade é que as crianças sejam reintegradas às suas famílias originais, e as Varas da Infância e Juventude acreanas conseguiram reintegrar 481 crianças desde 2020.
Em 2023, foram concretizadas 62 adoções de crianças e adolescentes no Acre, com a distribuição em diversos municípios, evidenciando o movimento de formação de novas famílias e a esperança de um lar para aqueles que aguardam por amor e cuidado.