Neste primeiro momento, a Qdenga será aplicada apenas na rede privada, como clínicas, laboratórios e farmácias. O valor de cada dose deve ficar entre R$ 301,27 e R$ 402,05, segundo preço tabelado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED).
Em São Paulo, por exemplo, o preço máximo ao consumidor será de R$ 379,40 a dose.
“As clínicas devem utilizar esse parâmetro na composição da sua precificação final, que também inclui o atendimento, a triagem, a análise da caderneta de vacinação, as orientações pré e pós-vacina, além de todo o suporte que os pacientes necessitam para se informar corretamente sobre a questão da vacinação”, disse a ABCVAC, em nota enviada ao g1.
O registro da Qdenga foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março deste ano.
De acordo com a Anvisa, a Qdenga é indicada para a faixa etária de 4 a 60 anos;
É aplicada em um esquema de duas doses, com intervalo de três meses entre as aplicações;
A vacina é composta por quatro sorotipos diferentes do vírus causador da doença.
Ela também poderá ser aplicada em quem já teve a doença.
Portanto, não há distinção entre quem teve ou não a dengue, desde que esteja dentro da faixa etária estipulada pela agência reguladora para aplicação das doses.
Até então, a única vacina contra a dengue disponível no Brasil era a Dengvaxia, fabricada pelo laboratório francês Sanofi Pasteur. O imunizante é recomendado somente para quem já foi infectado com o vírus da dengue. Essa vacina protege contra uma possível segunda infecção, que, no caso da dengue, pode se manifestar de forma mais agressiva e levar à morte.
E no SUS? Ainda não há prazo para que a Qdenga seja disponibilizada na rede pública de saúde. A liberação depende da aprovação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), órgão que assessora o Ministério da Saúde na tomada de decisões desse tipo.
Eficácia da Qdenga
Nos ensaios clínicos, a Qdenga mostrou ter uma eficácia geral de 80,2% contra a dengue causada por qualquer sorotipo após 12 meses da segunda dose. A vacina também reduziu as hospitalizações em 90%.
Em dezembro de 2022, a agência sanitária europeia European Medicines Agency também autorizou o uso do imunizante na União Europeia.