GERAL
O morador de Sena Madureira que ficou milionário trabalhando com ‘carroça de boi’
No dia em que Sena Madureira se despede de um de seus filhos mais ilustres e cuja história de vida se confunde com a dos fundadores, o empresário Sildo Gomes de Freitas, falecido aos 83 anos, vítima de AVC, na última sexta-feira (9), muita gente do município, que conhecia “Sisi”, como ele era carinhosamente chamado, fez questão de lembrar sua história de vida. De acordo com amigos e parentes, como Jocilea Freitas, sobrinha e afilhada de batismo do falecido, Sisi não era apena um personagem ilustre. “Ele ajudou na construção de Senha Madureira”, contou outro parente.
Não há exageros na definição. O empresário começou a construir uma vida de sucesso para si e para a família trabalhando duro, no pesado. Seu primeiro trabalho foi o de condutor de um carro de boi, transportando o que a cidade em construção sempre precisava. Puxava barro e areia das margens do rio para as obras na cidade, ainda na juventude. Com o tempo de uma vida de muita dedicação ao trabalho se tornou um próspero empresário, dono de fazendas, de muito gado, de postos de combustíveis e muitos imóveis.
“Ele atuava em várias atividades empresariais, passando por postos de combustíveis ao ramo imobiliário. Um dos segredos do sucesso do Sisi foi, talvez, o fato de, embora ter sido convidado tatas vezes, ele nunca quis se envolver coma política partidária. Vivia apenas para sua família para o trabalho”, contou a ex-vereadora e ex-vice-prefeita da cidade Wania Pinheiro, jornalista e empresária que acompanha a história de sua cidade natal bem de perto.
Mesmo que não quisesse envolvimento com a política, esta ciência um dia bateu em sua porta, materializada na figura do então tenente Wherles Rocha, comandante local da Polícia Militar e que passaria a namorar e a casar com uma de suas filhas. Mesmo sogro do homem que se tornaria deputado estadual, federal e vice-governador do Estado na atual gestão, o empresário sempre fez questão de passar ao largo da política.
ContilNet apurou que isso, no entanto, não o mantinha longe dos políticos, os quais sempre procuraram homenageá-lo e a reconhecer seu trabalho em prol do desenvolvimento do município. Ao longo de seus 83 anos de vida, trabalhando até momentos antes de ser levado ao Hospital Joao Câncio para ser entubado e de lá enviado para Rio Branco, onde morreu, Sisi teve reconhecimento em vida pelo trabalho e a dedicação em defesa do desenvolvimento de Sena Madureira.
Apesar das homenagens em vida, o empresário era um homem tímido, disseram os amigos. Evitava qualquer tipo de exposição e, já com a idade avançada, continuava a dirigir os próprios caminhões com os quais ganhava ainda mais dinheiro para o crescimento de suas empresas. Seu maior passatempo era pegar a estrada, rumo a Manuel Urbano para visitar suas propriedades ao longo da rodovia e depois se reunir coma família.
Sena Madureira não perdeu, portanto, apenas mais um de seus personagens históricos. Perdeu um filho que nunca deixou de acreditar no potencial de desenvolvimento de sua cidade e que literalmente deu a vida por isso.