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Oficial que resgatou vítimas após queda de helicóptero: “Corpos estavam carbonizados em meio às ferragens”
A ação rápida e técnica das equipes de socorro que atuaram no resgate das vítimas do acidente aéreo envolvendo uma aeronave da Marinha do Brasil, em Formosa (GO), nesta terça-feira (9/8), não foram suficientes para evitar a morte de dois sargentos da corporação. A queda violenta do helicóptero deixou um cenário de terror mesmo para os bombeiros mais experientes. Dois corpos ficaram carbonizados e presos às ferragens.
O comandante regional do Corpo de Bombeiros goiano (CBMGO), coronel Bráulio Flores, responsável por chefiar a operação, detalhou ao Metrópoles que as primeiras equipes da corporação foram acionadas para cuidar da movimentação de feridos, do rescaldo das chamas no local do acidente e da recuperação de corpos.
O oficial relatou que, quando há acidentes com aeronaves, a operação se torna ainda mais sensível. “Nós nos preocupamos com a energia envolvida, com o número de vítimas, com riscos relacionados à grande presença de líquidos inflamáveis, entre outros fatores. Quando é uma aeronave militar, também nos preocupamos com a presença de armamento”, afirmou à coluna Na Mira.
Primeiros socorros
O coronel acrescentou que, quando as primeiras equipes dos bombeiros chegaram ao ponto da queda, equipes da Marinha prestavam ajuda aos tripulantes. “Vimos o aparato de socorro inicial bem estabelecido pelos militares. O Corpo de Bombeiros e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência [Samu] transportaram cinco vítimas, classificadas como de menor gravidade, ao Hospital Estadual de Formosa”, disse Bráulio Flores.
A fase mais tensa envolveu o resgate das vítimas que morreram, segundo o comandante. “Havia grande parte carbonizada. Os corpos estavam em meio às ferragens retorcidas da aeronave — um deles claramente sob os destroços. Essa é uma operação que requer técnica e cuidado, para máxima preservação dos corpos”, ressaltou.
Os bombeiros fizeram o rescaldo do fogo, para evitar um novo incêndio que poderia, inclusive, atingir a área de mata. “Nesta época do ano, de baixa umidade e alta temperatura, um incêndio em vegetação poderia ser um relevante complicador às operações”, destacou o oficial.
Relatório em 180 dias
As causas do acidente ainda são investigadas. A Marinha comunicou que um relatório preliminar com informações como histórico da ocorrência, laudos e pareceres técnicos deverá ser concluído em até 180 dias.
Por enquanto, sabe-se que o acidente aconteceu durante um treinamento com integrantes do Exército e da Aeronáutica. A aeronave UH-15 Super Cougar, que levava 14 militares, fazia o treino planejado de Fast Rope — técnica para desembarque rápido da tropa, em ambiente adverso, com uso de cordas.
Durante o exercício, o helicóptero teve de fazer um pouso de emergência. Nesse momento, a aeronave caiu ao solo. O acidente matou dois militares e deixou feridos outros oficiais.