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Onde a internet não entra: em 6 milhões de domicílios, moradores não usam a rede
Em 6,4 milhões de moradias brasileiras, acessar as notícias pelo celular, checar os assuntos mais comentados on-line e curtir fotos de amigos nas redes sociais não são ações banais do dia a dia. Os moradores dessas casas não usam internet, e o principal motivo para isso não está relacionado à ausência de infraestrutura de telefonia ou aos custos dos pacotes de dados, mas ao desconhecimento sobre como navegar na web.
A análise consta em novo levantamento sobre Tecnologia da Informação e Comunicação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad/TIC), divulgada nesta quinta-feira pelo IBGE. Em 2022, a internet era utilizada em 91,5% dos domicílios (68,9 milhões) brasileiros, um aumento de 1,5 ponto percentual na comparação com o ano anterior.
Embora a parcela de residências com internet tenha avançado desde o início da série histórica (2016), as taxas de crescimento são cada vez menores. Segundo a pesquisa, isso acontece na esteira da universalização do acesso à rede no Brasil.
Entre os principais motivos para a ausência de conexão com a internet nesses lares, se destacam: nenhum morador sabia usar a internet (32,1%), falta de necessidade em acessar a internet (25,6%) e serviço de acesso à internet era caro (28,8%).
Em 5,4% das residências onde a internet não era usada, a indisponibilidade de serviços de acesso era o motivo principal, enquanto a barreira em 3,9% delas era o custo dos equipamentos eletrônicos. A falta de tempo (1,1%) e a preocupação com a segurança (0,6%) foram menos citados pelos entrevistados.
Apenas 3% das pessoas não acessam internet
Cerca de 2,8% das pessoas de 10 anos ou mais de idade não usam internet do Brasil. O IBGE estima que esse grupo, que inclui 23,8 milhões de brasileiros, é formado principalmente por indivíduos sem instrução ou com ensino fundamental incompleto (78,5%). Além disso, pouco mais da metade seriam idosos.
Os dois motivos mais apontados por essas pessoas para não usar a internet foram o desconhecimento (47,7%) e a falta de necessidade (23,5%), repetindo o padrão observado no caso das moradias. Em seguida, aparecem: serviço de acesso à internet ou equipamento caros (16,2%) e indisponibilidade de acesso nos locais frequentados (3,6%).
Entre as pessoas idosas, com 60 anos ou mais, o não uso se explica principalmente pelo desconhecimento sobre como navegar na internet (66,1%). Já entre crianças de 10 a 13 anos, os motivos mais citados foram a falta de necessidade (27,9%), o custo elevado (17,1%) e a preocupação com privacidade ou segurança (15,6%).