De acordo com a estimativa da entidade, as vendas da Páscoa nos supermercados podem registrar uma alta de até 15% neste ano, em relação a 2022. O dado foi obtido por meio de uma pesquisa realizada pela Abras com o setor.
Mergulhada na maior crise de sua história desde que veio à tona um rombo contábil bilionário, no início do ano, a Americanas entrou em recuperação judicial e tem dívidas de R$ 42,5 bilhões.
“A Páscoa não sofrerá nenhum impacto. O setor tem uma distribuição muito competente no país, com mais de 93 mil lojas, e dará toda a condição possível de abastecimento dos ovos de Páscoa, sem nenhuma dificuldade”, garantiu Galassi, em entrevista ao Metrópoles.
Ao apresentar seu pedido de recuperação judicial à Justiça, em janeiro, a Americanas citou, entre as justificativas, o possível impacto que a derrocada da empresa poderia causar na distribuição dos ovos de chocolate e nas vendas durante a Páscoa.
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Um mês depois, em fevereiro, com a recuperação judicial já aprovada pela Justiça, a Americanas divulgou um comunicado no qual informava que as lojas seguiam funcionando normalmente, com “prateleiras cheias”, e que as entregas estavam “garantidas”.
“Estamos confiantes em dizer que já aceleramos os preparativos para a nossa Páscoa, um evento que é tão simbólico para os brasileiros e tão significativo para nós, Americanas. Seguiremos fazendo o que mais sabemos fazer”, afirmou a empresa, na ocasião.
Impacto maior é sobre o crédito
Segundo o presidente da Abras, o maior impacto da crise na Americanas não é sobre as vendas durante a Páscoa, mas envolve a concessão de crédito, que se tornou mais difícil. Em geral, as instituições financeiras estão mais rigorosas ao conceder empréstimos, afirma Galassi.
De acordo com dados do Banco Central (BC), a abertura de novas linhas de crédito pelo sistema financeiro nacional recuou 9,5% em fevereiro, na comparação com janeiro. Foi o primeiro levantamento desde o escândalo contábil da Americanas.
“A questão da Americanas envolve uma avaliação de crédito mais exigente por parte dos bancos, a partir do fato ocorrido na empresa. De forma geral, os bancos recuaram nos empréstimos”, afirma Galassi. “Além disso, temos uma taxa de juros real ainda muito elevada, o que é mais um componente que prejudica o varejo como um todo.”