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“Parem de nos matar”: Ato público tomarão as ruas do Acre contra feminicídios

No dia 25 de julho, o Acre se une em um grito uníssono contra a violência de gênero. Em frente ao Palácio do Governo, em Rio Branco, mulheres, coletivos e familiares de vítimas se reunirão no ato público “Parem de nos matar – Ato Contra o Feminicídio”, a partir das 17h. A data, que coincide com o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, amplifica a denúncia da violência que desproporcionalmente afeta mulheres negras, pobres e periféricas.
A manifestação, parte de um movimento nacional, não é apenas um protesto; é um clamor por justiça e ações efetivas. A programação inclui discursos de lideranças feministas e representantes de movimentos sociais, um ato ecumênico, performances culturais e um abraço coletivo ao Palácio do Governo, simbolizando o abraço da sociedade em busca de mudanças.
Os dados são alarmantes. Entre janeiro de 2018 e junho de 2025, o Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) registrou 81 feminicídios consumados e 158 tentativas. Somente em 2024, foram 12 feminicídios, e em 2023, 10 casos consumados e 17 tentativas. A maioria das vítimas são jovens, negras e moradoras de áreas periféricas. A violência doméstica também persiste em níveis críticos, com o Acre figurando entre os estados com maior número proporcional de denúncias por 100 mil habitantes, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2023. Em 2022, Rio Branco registrou mais de 5 mil ocorrências relacionadas à Lei Maria da Penha.
O ato “Parem de nos matar” representa a união de diversas organizações: feministas, antirracistas, LGBTQIA+, além de representantes do poder público, artistas, familiares de vítimas e a sociedade civil. Sob lemas como “Nossas vidas importam”, “Nem uma a menos” e “Quem mata uma mulher mata a humanidade”, a manifestação ecoa a urgência de um enfrentamento efetivo à violência de gênero. É um apelo por políticas públicas robustas, por uma rede de proteção fortalecida e, acima de tudo, por um fim à cultura de violência que ceifa vidas inocentes. O ato é um marco na luta por justiça e igualdade no Acre, um chamado à sociedade para se unir e exigir mudanças reais e duradouras.
