Pesquisa Datafolha: 64% dos brasileiros apoiam o fim da escala 6×1

Uma pesquisa recente do Datafolha, divulgada na “Folha de S.Paulo”, revela que 64% dos brasileiros são a favor do término da escala de trabalho 6×1, preferindo uma jornada semanal de cinco dias com até oito horas diárias. O levantamento, realizado entre os dias 12 e 13 de dezembro, entrevistou 2.002 pessoas em 113 municípios, com uma margem de erro de dois pontos percentuais e nível de confiança de 95%.

De acordo com os dados, apenas 33% dos entrevistados se opõem à mudança na legislação que estabelece a jornada máxima de trabalho no Brasil. A pesquisa também apresentou resultados sobre quais dias da semana deveriam compor a jornada de trabalho. Dentre os participantes, 70% optaram por uma carga de cinco dias, enquanto 17% preferem a escala de seis dias.

Quando questionados sobre a jornada diária máxima, 82% dos entrevistados acreditam que ela deve ser limitada a até oito horas. A forma como essa jornada deve ser definida também foi abordada: 58% dos participantes defendem que deve ser regulamentada por lei, enquanto 39% sugerem que a definição deveria ser fruto de negociações entre empregadores e empregados.

Apoio à Mudança por Faixas Etárias e Renda

A pesquisa mostrou que o apoio à redução da jornada de trabalho é particularmente forte entre as mulheres, com 70% a favor, e entre os jovens de 16 a 24 anos, onde 81% se manifestaram favoráveis à mudança. Entre os homens, 58% concordam com a proposta. Em termos de renda, 68% dos entrevistados que ganham até dois salários mínimos e 64% daqueles que recebem entre dois a cinco salários mínimos também apoiam a alteração.

Entretanto, a resistência à mudança é maior entre os mais velhos: 48% das pessoas com 60 anos ou mais se opõem à redução da jornada de trabalho.

Impacto Econômico e Tempo de Lazer

A pesquisa também questionou os entrevistados sobre o potencial impacto econômico do fim da escala 6×1. A resposta foi positiva para 49%, que acreditam que a mudança seria boa ou ótima para a economia, enquanto 24% consideram que seria ruim ou péssima.

Além disso, quando perguntados sobre a avaliação do tempo disponível para lazer e descanso, 43% afirmaram que têm menos tempo do que o suficiente, enquanto 47% consideraram que têm um tempo suficiente. Apenas 7% se sentiram com mais do que o suficiente para lazer.

Esses dados revelam uma crescente insatisfação entre os trabalhadores em relação à jornada de trabalho e um desejo por mudanças que promovam melhor equilíbrio entre vida profissional e pessoal, destacando a necessidade de um debate mais amplo sobre as condições laborais no Brasil.