Pesquisa encontra em bactérias amazônicas a chave para novos fármacos

A vastidão da Amazônia, um dos biomas mais ricos do planeta, guarda um potencial inexplorado para o desenvolvimento de novos medicamentos. Uma pesquisa de ponta, fruto da parceria entre o CNPEM (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais) e a UFPA (Universidade Federal do Pará), está desvendando os segredos de bactérias encontradas no solo amazônico, buscando substâncias com potencial antibiótico e antitumoral.

O estudo, iniciado com a coleta de amostras de solo no Parque Estadual do Utinga, em Belém (PA), utilizou tecnologias de última geração, como o sequenciador PromethION e o acelerador Sirius, para analisar os genes das bactérias e entender como elas produzem moléculas complexas, muitas delas desconhecidas pela ciência.

A equipe de pesquisadores, liderada por Diego Assis das Graças (UFPA), identificou moléculas com potencial para o desenvolvimento de fármacos, aproveitando o fato de que a maioria dos medicamentos existentes tem origem em moléculas naturais.

A Amazônia, com sua biodiversidade única, se mostra um terreno fértil para a descoberta de novas substâncias, com um potencial imenso ainda a ser explorado. A pesquisa destaca a importância de proteger esse ecossistema, que sofre com a devastação por desmatamento e incêndios.

O projeto, que conta com investimentos de R$ 500 milhões nesta década, busca não apenas desenvolver novos medicamentos, mas também valorizar economicamente a Amazônia e sua cobertura original. A equipe de pesquisadores está expandindo seus estudos para a Amazônia oriental, buscando confirmar o potencial do bioma e desvendar seus segredos.

O trabalho faz parte de um esforço maior para criar um centro de pesquisa multiusuário na UFPA, com apoio do CNPEM e de projetos nacionais como o Iwasa’i, que visa impulsionar o desenvolvimento sustentável da região amazônica. A pesquisa abre portas para um futuro promissor, onde a riqueza da Amazônia pode contribuir para a saúde e o bem-estar da humanidade.