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Pesquisadores transformam caroço de fruta em chocolate que não derrete

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Alimentos são produzidos em laboratório no Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA). — Foto: Amarildo Campos/Rede Amazônica

Um projeto de biotecnologia alimentar, desenvolvido pelo Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA), utiliza resíduos de frutos da região para a criação de produtos alimentícios em Manaus.

Um dos alimentos criados no projeto é um chocolate que possui uma consistência que consegue aguentar altas temperaturas sem derreter. Também são produzidos bolos e outros produtos em laboratório com os insumos naturais.

Conforme o pesquisador Edson Pablo, responsável pelo projeto, o chocolate que não derrete é produzido a partir de uma manteiga extraída da amêndoa de tucumã.

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Chocloates são feitos a partir de caroços de tucumã. — Foto: Amarildo Campos/Rede Amazônica
Chocolates são feitos a partir de caroços de tucumã. — Foto: Amarildo Campos/Rede Amazônica

“Atualmente, no chocolate convencional, se tem um grande problema com aquecimento. Quando se tem altas temperaturas, o produto começa a derreter. Aqui, nós desenvolvemos um chocolate que mantém suas propriedades físicas mesmo em altas temperaturas. Para isso, a gente está utilizando alguns insumos da Amazônia”, disse Edson.

O pesquisador informou, ainda, que o intuito da ação é desenvolver novos produtos utilizando elementos da biodiversidade da região. Além do tucumã, frutos como o açaí, bacaba, cupuaçu e camu-camu, são utilizados nas pesquisas.

Edson Pablo explicou que além da polpa das frutas, as cascas, sementes e caroços, que costumam ser jogados fora, também possuem nutrientes iguais ou superiores que também são utilizados para criação de novos alimentos no projeto.

“Damos uma destinação adequada de acordo com a característica de cada uma delas. Por exemplo, alimentos ricos em fibras, a gente tem condições de usá-los em formações de bolos, produtos de panificação, entre outros. Alimentos ricos em óleos, a gente tem usado para obtenção de alguns produtos na área de cosméticos e, alimentos ricos em vitaminas, a gente faz um trabalho de extração e insere em alimentos, agregando valor”, informou o pesquisador.

Pesquisador Edson Pablo é responsável pelo projeto no CBA. — Foto: Amarildo Campos/Rede Amazônica
Pesquisador Edson Pablo é responsável pelo projeto no CBA. — Foto: Amarildo Campos/Rede Amazônica

Para isso, a equipe de pesquisadores recebe os insumos necessários, utilizam um processo tecnológico para extração dos nutrientes e aplicar em diferentes alimentos, como o chocolate, bolachas e até bolinhos.

Com a oportunidade de destinar o que seria descartado dos frutos, o pesquisador Edson Pablo ressalta o grande potencial que a biodiversidade da Amazônia traz para diversas aplicações diferentes no setor alimentar.

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“Eu sou um amante da natureza. Eu vejo que sempre a gente observa que a natureza é a floresta em pé. Ela gera mais recursos e melhorias socioeconômicas do que a floresta derrubada. Então, formas de desenvolvimento alimentícios, farmacêuticos, entre outros, utilizando da nossa biodiversidade, é uma forma de atração de emprego, de geração de renda e melhoria socioeconômica”, afirmou.

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