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Piloto de avião que caiu no Acre denuncia empresa por transporte irregular de passageiros

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O piloto Pedro Rodrigues Parente Neto, que comandava o monomotor Cessna de prefixo PT-DFX, que caiu no último dia 20 em Tarauacá (AC), e que acredita que a aeronave pode ter sido sabotada, formalizou denúncia à Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) sobre um suposto esquema envolvendo a venda de passagens para táxi aéreo em aeronaves não homologadas para este fim, e transporte de passageiros com aviões voando com peso acima do permitido.

De acordo com a denúncia, Pedro Rodrigues, que reside no Rio de Janeiro, foi convidado para pilotar para a empresa Aerotur – Decolando, que atua entre Envira – AM, e outros municípios do Amazonas e do Acre, em 2023. Já pilotando para a empresa, segundo a denúncia, o piloto testemunhou diversas irregularidades trabalhistas e de segurança do voo, tais como: venda de passagens aéreas para transporte em aviões não homologados para o transporte de passageiros; voo recorrente em aviões com peso acima do permitido; trabalho forçoso de pilotos com expediente além do determinado em regulamentação; maus-tratos a funcionários e fornecimento de alimentação estragada.

Imagens registradas e enviadas ao ac24horas mostram o avião bimotor de prefixo PT-KQS com passageiros embarcando, mas não é possível ver qualquer transferência de pagamentos. No vídeo, Pedro Rodrigues narra: “venda de táxi aéreo, sempre acima do peso, sempre com mais passageiros que essa aeronave permite. Esse avião já acidentou e eles colocam a vida do passageiro do Amazonas em risco”

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O avião PT-KQS se acidentou em 6 de junho de 2023 em Mangaratiba – RJ, enquanto era ocupado por 8 passageiros e um piloto. De acordo com o relatório final do acidente produzido pelo CENIPA, ao se aproximar para o pouso em uma fazenda, o piloto notou a perda de potência de um dos motores e não conseguiu manter a altitude do avião, que bateu com a asa esquerda em uma árvore sofrendo danos graves, principalmente no trem de pouso e asa esquerdos e nariz. Os ocupantes saíram ilesos.

Depois de sair da empresa, Pedro Rodrigues ainda confeccionou um trabalho acadêmico do seu MBA em Gestão Aeroportuária, e citou as supostas irregularidades testemunhadas por ele. “Considerando as aeronaves utilizadas pela empresa de táxi aéreo Aerotur – Decolando, que faz tal percurso diariamente com seus aviões; o monomotor Emb – 720C Minuano de matrícula PT-EOS e o bimotor Islander de matrícula PT-KQS […] estranhamente, os autores são levados a inferir que as exigências legais, as fiscalizações e monitoramento das operações aeroportuárias tendem a se restringir aos grandes centros, capitais e aeroportos que fornecem valores maiores em taxas e impostos ao erário, deixando assim de lado o interesse puro à segurança do voo e segurança aeroportuária”, escreveu o piloto.

A reportagem entrou em contato com Antônio Diêgo Souza, um dos proprietários da empresa citada por Pedro Rodrigues. Ao ac24horas, ele disse que o piloto não preencheu os requisitos da empresa e por isso não continuou trabalhando na empresa. Disse ainda que o teor das denúncias feitas pelo ex-funcionário não interessam a ele, já que sua empresa está regular, e completou dizendo que acredita que as informações dadas pelo piloto são uma forma de tentar tirar o foco do acidente ocorrido no dia 20. “Se ele alega essa possível sabotagem, o mesmo deve buscar as autoridades competentes com provas, ao invés de fazer acusações com base em achismos”, disse o empresário.

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