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GERAL

Professor expõe conflitos administrativos com reitora e pede para sair da coordenação de programa de formação na UFAC

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“Não posso coadunar, tampouco me submeter aos ditames de práticas autocráticas, verticalizadas, centralizadoras, egocentradas”, escreveu Carvalho

O Professor Dr. Mark Clark Assen de Carvalho, em uma carta aberta datada de 26 de março de 2025, anunciou sua saída da Coordenação Institucional do Programa Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor) na Universidade Federal do Acre (UFAC), após 13 anos à frente do programa. A decisão, segundo ele, é resultado de uma série de divergências administrativas e políticas com a gestão superior da universidade, que culminaram em sua desautorização no exercício das funções de coordenador.

Durante sua gestão, o Parfor na UFAC teve grande destaque na formação de professores da educação básica, especialmente no estado do Acre, onde foi responsável por capacitar mais de 1.500 docentes e estender sua atuação a 19 dos 22 municípios acreanos. A ação, conforme destacado por Carvalho, teve importante contribuição para a inclusão social e o acesso à formação superior de professores, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, onde persistem desigualdades educacionais.

Carvalho fez questão de ressaltar a importância do Parfor como uma ação emergencial, conforme estabelecido pelo Decreto 6755/2009, que visa atender a necessidades específicas de formação nas redes públicas de ensino, especialmente em áreas onde a oferta de concursos públicos e a formação adequada de professores ainda são limitadas. Em sua carta, o professor também se referiu à criação de uma Licenciatura Indígena, que beneficiou 30 professores indígenas, ampliando ainda mais a inclusão no estado.

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No entanto, a relação com a administração superior da UFAC se tornou insustentável, após o que Carvalho chamou de atitudes autoritárias da reitora da instituição, que, em um episódio ocorrido em janeiro de 2025, interferiu diretamente nas parcerias do programa. De acordo com Carvalho, a reitora teria afirmado publicamente que a única pessoa que poderia tratar das parcerias em nome da universidade era ela mesma, desconsiderando a autonomia do coordenador institucional, função que, segundo o professor, deve manter contato direto com prefeituras e secretarias municipais de educação.

Ao se despedir de suas funções, Carvalho destacou sua indignação com práticas que considera autocráticas e centralizadoras, que prejudicam o trabalho democrático e a liberdade de atuação. Ele reiterou seu compromisso com a educação pública, gratuita e democrática e anunciou que continuará sua atuação em outras frentes no campo da formação de professores e na política educacional.

“Não posso coadunar [concordar], tampouco me submeter aos ditames de práticas autocráticas, verticalizadas, centralizadoras, egocentradas”, escreveu Carvalho em sua carta, criticando duramente a postura da administração da UFAC. Por fim, o professor afirmou que sua decisão não diminui o compromisso com a educação pública e que seguirá defendendo a causa em outros espaços de interlocução.

A saída de Mark Clark representa o fim de um ciclo significativo no Parfor na UFAC, mas também um marco na luta por uma educação pública e inclusiva no Acre e em todo o Brasil.

Veja a carta no arquivo abaixo:

CARTA_MARK_1_assinado

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