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RIO BRANCO
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GERAL

Quase 30% de redução, mas diagnóstico precoce é o desafio para erradicação da malária

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A erradicação da malária no Brasil enfrenta um obstáculo significativo: a falta de diagnóstico preciso e oportuno. Apesar da redução de 26,8% nos casos confirmados entre janeiro e março de 2025, em comparação com o mesmo período do ano anterior (totalizando 25.473 casos em apenas três meses), o desafio permanece imenso. A meta ambiciosa de reduzir em 90% os novos casos até 2030 e eliminar a transmissão até 2035, embora factível, depende do fortalecimento da vigilância em todo o território nacional.

Embora a Amazônia concentre 99% dos casos, o mosquito Anopheles, vetor da doença, está presente em 80% do país. A mobilidade da população, inclusive entre a Amazônia e outras regiões, e a imigração de áreas endêmicas como a África, ampliam o risco de disseminação para além da região amazônica.

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A malária é causada por protozoários do gênero Plasmodium, transmitidos pela picada do mosquito Anopheles. Um período de incubação de até 30 dias antes do aparecimento dos sintomas torna os viajantes infectados potenciais focos de novas infecções. A gravidade da doença é maior em infecções primárias, devido à ausência de imunidade prévia, aumentando a letalidade. Daí a crucial importância do diagnóstico precoce.

Médicos em todo o país precisam estar cientes de que sintomas como febre, dor de cabeça, sudorese e calafrios podem indicar malária, mesmo fora da Amazônia. A maioria dos casos brasileiros é causada por Plasmodium vivax (80% dos casos, alta infectividade) e Plasmodium falciparum (maior risco de morte). A eliminação completa da transmissão requer, como meta intermediária, o fim das infecções por P. falciparum até 2030.

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A diferença na transmissibilidade entre as espécies é crucial: P. vivax pode ser transmitido a partir do primeiro dia de infecção, enquanto P. falciparum só se torna infectante após sete dias. O tratamento rápido interrompe a cadeia de transmissão, prevenindo novos surtos. A ausência de diagnóstico e intervenção rápida pode levar à reintrodução da malária em áreas onde ela já foi erradicada.

Apesar da disponibilidade de medicamentos eficazes e testes rápidos (utilizando uma gota de sangue), as mudanças climáticas representam um novo desafio. A maior sensibilidade do mosquito e do Plasmodium a climas temperados sugere que o aumento da temperatura pode facilitar a reintrodução da malária em áreas onde ela foi controlada, dificultando o controle do mosquito e aumentando a transmissão em regiões endêmicas. Portanto, investir em diagnóstico precoce e vigilância contínua em todo o território nacional é fundamental para alcançar a tão desejada eliminação da malária no Brasil.

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