Queimadas na Amazônia: Secretário do MMA aponta conotação política e alerta para seca histórica

O secretário de Controle do Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, André Lima, fez declarações contundentes sobre os incêndios florestais que têm assolado a Amazônia nos últimos dias. Em entrevista ao Programa Natureza Viva, da Rádio Nacional, Lima afirmou que parte dos incêndios possui conotação política, sendo uma reação de grupos que se opõem às medidas de combate ao desmatamento ilegal implementadas pelo governo atual.

“Tem, inclusive, incêndio que a gente imagina que possa ter conotação política. É uma reação de parte da sociedade que não se conforma, que não se enxergou dentro da sustentabilidade”, declarou o secretário.

Lima também atribuiu o agravamento das queimadas a fatores climáticos atípicos, como a seca histórica que atinge a região. Segundo ele, o aquecimento do Oceano Atlântico, intensificado este ano, e o desmatamento crescente no Cerrado e na Amazônia têm contribuído para a diminuição da umidade do ar e o atraso do período chuvoso.

“Uma coisa é prever um ano seco. Outra coisa é prever um ano extremamente seco. É o maior ano de seca nos últimos 60 anos na Amazônia, nesse grau que a gente está vendo, não só de baixa umidade, de praticamente zero de chuva e de alta de calor. São três elementos simultaneamente agindo sobre a Amazônia, num momento em que não era mais para ser assim”, explicou.

O secretário fez um apelo à população da Amazônia para que evite a queima de lixo durante o período de seca, alertando para os riscos de incêndios e os impactos ambientais. Ele também destacou a necessidade de combater o desmatamento ilegal, que é um dos principais fatores que contribuem para a intensificação das queimadas.

“Tem toda essa agenda do crime. Vamos dizer que metade do problema é incêndio criminoso, de gente que está se beneficiando dolosamente da ocupação do solo. Uma outra parte é de gente que está usando o fogo porque precisa queimar uma roça e não tem trator, quem está queimando lixo na beira da estrada porque não existe saneamento básico”, completou.

As declarações do secretário André Lima evidenciam a complexidade do problema das queimadas na Amazônia, que envolve fatores climáticos, sociais e políticos. É fundamental que as autoridades intensifiquem as ações de combate ao desmatamento ilegal e promovam políticas públicas que garantam a proteção da floresta e o desenvolvimento sustentável da região.