Queimadas no Acre diminuem em 2025, mas concentram-se em áreas degradadas

O Acre apresentou uma redução significativa no número de focos de queimadas no primeiro semestre de 2025, contabilizando 61 ocorrências, uma queda superior a 55% em relação ao mesmo período de 2024 (137 focos), segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) via plataforma TerraBrasilis. No entanto, essa redução esconde um dado preocupante: a concentração das queimadas em áreas já desmatadas.

Em 2025, a maior parte dos focos (50,8% ou 31 ocorrências) atingiu áreas de desmatamento consolidado, enquanto 45,9% (28 focos) ocorreram em áreas desmatadas recentemente. Apenas 3,3% dos focos (2 ocorrências) afetaram áreas de vegetação nativa. Este contraste com o cenário de 2024 é alarmante.

No primeiro semestre de 2024, a maioria dos focos (59,9% ou 82 ocorrências) incidiram sobre áreas de desmatamento recente. Desmatamentos consolidados representaram 32,1% (44 ocorrências) e a vegetação nativa, 8% (11 ocorrências).

A mudança no perfil das queimadas indica uma possível alteração nas práticas de desmatamento e queima, com uma maior concentração de atividades em áreas já afetadas. Embora a redução no número total de focos seja positiva, a persistência das queimadas em áreas desmatadas demanda atenção e investigação para entender as causas e implementar medidas eficazes de prevenção e combate a incêndios florestais, evitando a degradação ambiental e a emissão de gases de efeito estufa. A análise detalhada das áreas afetadas é crucial para direcionar as ações de fiscalização e combate a esse problema.