GERAL
Queimadas persistem no Acre apesar das proibições
No Acre, a situação ambiental se torna cada vez mais alarmante, mesmo com a implementação de cinco decretos que proíbem queimadas em todos os 22 municípios. Nesta quinta-feira, 5 de setembro, Dia da Amazônia, a BR-364, que liga Rio Branco a Cruzeiro do Sul, apresenta um cenário desolador: fogo, fumaça e cinzas dominam a paisagem.
Apesar da proibição estabelecida pelo Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac) através de uma portaria publicada em 25 de julho, os vestígios de queimadas recentes são visíveis ao longo dos mais de 680 quilômetros da estrada. O Decreto Estadual n.º 11.492 declara emergência ambiental em virtude da seca que afeta a região desde junho e deve permanecer em vigor até o final do ano.
O solo se encontra ressecado e os animais sofrem com a escassez de alimento, tendo que se alimentar de pasto queimado. Até o dia 29 de agosto, foram registrados mais de 1.700 focos de queimadas no estado, com Feijó liderando as estatísticas, seguido por Cruzeiro do Sul e Tarauacá.
Nas margens dos Rios Liberdade e Lagoinha, o fogo continua ativo, desafiando as leis e as medidas emergenciais adotadas pelo governo. A situação é ainda mais crítica na Terra Indígena Jatukina, onde as marcas das queimadas recentes são evidentes ao longo dos 18 quilômetros da BR-364.
Erivaldo Lima, taxista que realiza lotações entre Cruzeiro do Sul e Rio Branco, relata os perigos enfrentados por motoristas na rodovia: “Dirigir durante o dia é arriscado devido à mistura de fumaça e poeira. À noite, a visibilidade é ainda mais comprometida e os animais soltos na estrada representam um grande risco”, afirma.
A Secretaria de Comunicação do Acre reforça que existem cinco decretos sobre Emergência Ambiental em vigor. Segundo Nayara Lessa, secretária da pasta, esses documentos abordam não apenas a questão das queimadas descontroladas e da poluição do ar, mas também a escassez hídrica e o aumento das doenças infecciosas na região.
Melissa de Oliveira Machado, superintendente do Ibama no Acre, informou que equipes estão ativamente fiscalizando a área da BR-364. “Estamos com uma equipe de fiscalização em Feijó e outra programada para seguir para Cruzeiro do Sul. Até agora não foram registradas autuações ambientais na região”, comentou.