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RBD em SP: multidão de fãs enfrenta novo tumulto em fila no Pacaembu para compra de ingressos
A bilheteria do estádio do Pacaembu, na Zona Oeste da capital paulista, começou a vender os ingressos para o show da banda mexicana RBD às 12h desta sexta-feira (3), mas rapidamente as entradas se esgotaram. Houve empurra-empurra e confusão. Muitos fãs estavam esperando na fila há dias.
Lorena Alves de Souza, estudante de arquitetura, tentou comprar pela plataforma online, mas não conseguiu. “O site é um caos, um caos. Eu entrei nele às 10h02 [as vendas se iniciaram às 10h] e já não valia mais. Consegui selecionar, mas não ia. Aí, minhas primas se ofereceram para vir [ao Pacaembu].”
Mirela Chaves da Silva, auxiliar de dentista, chorou ao conseguir comprar o ingresso. O choro vem do cansaço. Ela acampou por sete dias na porta do estádio. “Não estou acreditando. Ai, meu Deus do céu. Obrigada, Deus.”
Quem seguiu na fila sem saber se teria o ingresso denunciou a presença de cambistas. Dois homens foram expulsos da fila por seguranças, mas a polícia não encontrou ingressos com eles.
Reclamações
A sexta-feira passada já tinha sido marcada por tumulto na venda, e algumas pessoas tentaram invadir a bilheteria.
O portal de denúncias Reclame Aqui registrou, em uma semana, 518 reclamações contra a Eventim, empresa responsável pela venda das entradas. No período, foram 754 reclamações em geral recebidas no site.
A banda faria apenas um show em São Paulo, mas anunciou outras duas datas na capital. Mesmo assim, muita gente ficou de fora. Renata Beltrame, lash designer, dormiu na fila e contou que não saiu do lugar.
“Um monte de cambista na frente, um monte de idoso que você sabe que está acompanhado com quem é jovem, com neto, entendeu? Você sabe que idoso com 70, 80 anos, não é fã do RBD. Um monte de gente com bebê de colo só para passar na frente. Se é castigante para gente, imagina para uma criança?”
Fãs enchem as redes sociais com reclamações e denúncias. Uma delas diz que, minutos depois da venda online esgotar, um rapaz de 20 anos, de Belo Horizonte, anunciou cinco ingressos por R$ 1.200 cada um. O valor é três vezes maior do que o vendido na bilheteria. Ainda havia a ironia de que eram ingressos do tipo “meia-entrada” para idosos.
Em nota, a Eventim afirma que “o espetáculo em questão alcançou, provavelmente, uma demanda inédita de venda de ingressos no país”. Quanto à rapidez com que as entradas acabaram, disse que “o esgotamento dos ingressos quase que imediatamente à abertura de vendas é um fenômeno bastante comum aos artistas de grande relevância nos cenários nacionais e internacionais”.