GERAL
Regulação do Samu nega atendimento a idosa de 78 anos que passou mal com sintomas de pressão alta, diabetes e mal de Parkinson no Acre
Um vídeo enviado à redação do Na Hora da Notícia denunciando que foi negligenciado um atendimento a idosa Maria Valdevino de Oliveira, de 78 anos, moradora da rua Juarez Távora, no Centro do município de Plácido de Castro, no interior do Acre.
No vídeo, familiares da idosa pediram socorro via 192 ao atendimento médico do Serviço de Atendimento Movel de Urgência (Samu), mas o suposto médico da regulação que atendeu a ligação negou o atendimento e o envio da ambulância que fica no hospital do município.
Na ligação, a família questiona o não atendimento e o suposto médico diz que não pode enviar a ambulância porque a idosa não possuía “critérios” para ter o atendimento. Ainda segundo a família, Maria Valdevino, de 78 anos, é hipertensa, possuí diabetes e mal de Parkinson, mesmo assim, o atendimento foi negado.
Ainda segundo a família, no momento da solicitação, o atendente, de forma irônica, chegou a afirmar que o quadro de saúde da paciente não caracterizava a necessidade do uso de uma ambulância, mesmo com a insistência de uma das filhas, afirmando categoricamente que a mãe estava com o estado de saúde gravíssimo e que seria difícil a idosa se locomover até o Hospital Dr Manoel Marinho Monte. O caso aconteceu por volta das 13h deste domingo (5). Após uma hora, a família, de forma improvisada, conseguiu levar a idosa até o hospital.
Confira a transcrição da íntegra de trecho da gravação:
[Inaudível] …
Atendente: Pois é! Mas dai, o quadro dela de agora, que está sem comer e com febre, não caracteriza necessidade do uso da ambulância!
Solicitante (Filha): Ela tinha que está morrendo, era?
Atendente: A senhora entendeu?
Solicitante (Filha): Não amigo, eu não entendi… Eu já rodei atrás de levar ela pra lá [hospital] e não consegui. A minha última opção é ligar para o SAMU e o SAMU não quer me atender?
Atendente: Pois é senhora, mas quadro de febre e ficar sem comer, não é quadro grave para uso de ambulância!
Solicitante (Filha): Ela não tá andado. Ela não tá ficando em pé. Ela não tá nem falando… Amigo, a gente precisa da ambulância. A ambulância tem que vim buscar ela. A gente não consegue levar ela!
Atendente: Não é questão de necessidade, Senhora. É questão de gravidade!
Solicitante (Filha): Claro que há necessidade amigo, ela tá passando mal aqui!
Atendente: Vocês têm que levar ela para o médico poder avaliar.
Solicitante (Filha): Amigo, essa hora só tem o hospital funcionando de emergência!
Atendente: Pois é! Mas dai, vocês precisam levar ela até o hospital. Quando a pessoa tá com febre e sem comer, não é a ambulância que leva ao hospital.
Solicitante (Filha): Amigo, a minha mãe tem 78 anos! Tú quer comparar uma idosa, com uma pessoa jovem, é?
Atendente: Não há necessidade, Senhora! Tá bom?
Solicitante (Filha): Pelo amor de Deus!
[Inaudível] …
Veja o vídeo:
A família da idosa argumenta que, dada a gravidade das condições crônicas que ela enfrenta, qualquer complicação poderia ser potencialmente perigosa e, portanto, a idosa deveria ter uma resposta rápida e eficaz do serviço de emergência.
Especialistas em saúde apontam que pacientes com múltiplas condições crônicas, como é o caso de Maria Valdevino de Oliveira, podem ter um risco aumentado de complicações agudas, tornando crucial o acesso imediato a serviços de emergência. A negação de atendimento em situações como essa pode resultar em consequências graves para a saúde do paciente, podendo resultar em morte.
A Central de Atendimento do Samu em Rio Branco, foi contactada para falar sobre o assunto, mas informou que a direção só atende em horário comercial. Porém, o atendente, que se identificou como médico, confirmou a solicitação de atendimento feito pela família, mas não passou maiores detalhes.
*Colaborou Informativo Plácido.