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GERAL

Repasse de R$ 100 Mil para evento evangélico no Acre gera revolta entre fazedores de cultura

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Foto: Marcha Para Jesus em Assis Brasil I Prefeitura de Assis Brasil/reprodução

Acre – A destinação de R$ 100 mil da Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM) para a Semana Evangélica 2025 em Assis Brasil causou indignação entre artistas e produtores culturais do Acre. A crítica central é a dificuldade de acesso a recursos para eventos culturais, contrastando com o apoio financeiro facilitado a um evento religioso.

Artistas e produtores culturais questionam a disparidade no acesso aos recursos públicos. Mirna Rosário, produtora cultural e integrante do grupo folclórico Jabuti Bumbá, relata que a FEM frequentemente nega apoio a eventos culturais sob a alegação de que os pedidos não constam no orçamento anual.

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“A gente vai até a Fundação de Cultura e nos dizem que não dá para apoiar, porque o que solicitamos não faz parte do plano orçamentário”, afirma Mirna. Ela destaca que o cenário cultural do estado estaria estagnado sem os recursos federais da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB).

Mirna também denuncia a falta de apoio ao grupo Jabuti Bumbá, que representou o Acre no Festival de Folclore de Olímpia (SP). “Levamos a identidade amazônica, personagens como Mapinguari, Curupira, Martinta Pereira. Mas a Fundação não nos ajudou com nada”, lamenta.

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A indignação dos artistas não é contra a fé, mas sim contra a priorização e facilidade de acesso ao recurso público para eventos religiosos, enquanto a cultura enfrenta entraves burocráticos.

A FEM alega que a verba de R$ 100 mil não integra o orçamento da pasta e que apenas formalizou a transferência dos recursos, cuja origem seria a Casa Civil do Governo do Estado. O presidente da FEM, Minoru Kinpara, reforça que o apoio não compromete os recursos destinados à cultura.

No entanto, a Secretaria de Estado de Comunicação do Acre informou que o recurso foi viabilizado pela Secretaria de Estado de Planejamento (SEPLAN), atendendo a uma solicitação do prefeito de Assis Brasil.

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O caso levanta questionamentos sobre as prioridades do governo estadual e a distribuição de recursos para a cultura e outros setores. A polêmica expõe a fragilidade do apoio à cultura local e a necessidade de critérios mais transparentes e equitativos na alocação de recursos públicos.

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