GERAL
Sábado de Aleluia: entre a fé e a tradição da “Malhação do Judas”

O Sábado Santo, ou Sábado de Aleluia, é um dia de profundo significado religioso para os cristãos, marcando o período de silêncio e espera entre a crucificação de Jesus (Sexta-Feira Santa) e sua ressurreição (Domingo de Páscoa). É um dia de luto e meditação, representando o tempo em que Jesus jazia no túmulo, um momento de espera ansiosa, simbolizado pela fé inabalável de Maria, mãe de Jesus.
A principal celebração do dia é a Vigília Pascal, que ocorre ao cair da noite. Esta cerimônia grandiosa marca a transição da morte para a vida, com a bênção do fogo e do círio pascal (vela representando Cristo ressuscitado), leituras bíblicas, cantos e, frequentemente, batismos. O Papa Francisco, em 2015, destacou a importância deste momento como uma noite de dor e temor para os discípulos, contrastando com a fé e esperança das mulheres que foram ao sepulcro.
A designação “Sábado de Aleluia” deriva do retorno triunfal do “aleluia” (louvai ao Senhor, em hebraico) nas celebrações. Durante a Quaresma, este canto é omitido como sinal de penitência; sua reintrodução na Vigília Pascal celebra a vitória sobre a morte e o início da Páscoa. Embora a Igreja Católica prefira o termo “Sábado Santo”, a tradição popular manteve a designação “Sábado de Aleluia”.
Paralelamente às celebrações religiosas, algumas regiões brasileiras mantêm a tradição da “Malhação do Judas”. Neste ritual, um boneco representando Judas Iscariotes, o apóstolo que traiu Jesus, é simbolicamente julgado, condenado e “malhado” pela multidão. Este ato representa a punição simbólica pela traição que levou à crucificação de Cristo, ocorrendo entre a Sexta-Feira Santa e o Sábado de Aleluia. Em algumas localidades, o boneco é enforcado na sexta-feira e espancado no sábado, às vezes, substituindo Judas por figuras contemporâneas, como políticos. A tradição, embora popular, não é endossada pela Igreja Católica. A “Malhação do Judas” reflete um aspecto da cultura popular brasileira que se entrelaça com as celebrações religiosas da Páscoa.
