Pesquisar
Close this search box.
RIO BRANCO
Pesquisar
Close this search box.

GERAL

STF forma maioria para derrubar proibição do uso de linguagem neutra no país

Publicado em

Os ministros Alexandre de Moraes, Ricardo Lewandowski e Carmén Lucia, do Supremo Tribunal Federal (STF), se juntaram a outros dois colegas e  ajudaram à formação de maioria contra lei que proíbe linguagem neutra em instituições de ensino.

Os três se juntaram e seguiram o voto do relator, Edson Fachin, que, em julho do ano passado, declarou a inconstitucionalidade da lei aprovada pela Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia, que proíbe a utilização da chamada linguagem neutra em  instituições de ensino. Os ministros Dias Toffoli e Luís Roberto Barroso já haviam votado contra a derrubada.

A chamada linguagem neutra é o uso de expressões sem definições de artigos masculinos ou femininos. ‘Menine’, ‘todes’, ‘amigues’ são exemplos da linguagem ou dialeto neutro, que é conhecido também como linguagem não-binária, uma pauta reivindicada e cada vez mais comum nas redes sociais entre membros da comunidade LGBTQIA+.

Continua depois da publicidade

A linguagem teria como objetivo adaptar o português para o uso de expressões neutras, a fim de que as pessoas não binárias (que não se identificam nem com o gênero masculino nem com o feminino) ou intersexo se sintam representadas.

No Supremo, no final do ano de 2021, ministro Edson Fachin suspendeu lei que proibiu o uso de linguagem neutra em escolas de Rondônia.Ele atendeu ação proposta pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), que considerou a inconstitucional porque é a União quem deve legislar sobre normas de ensino e, além disso, atenta contra os princípios fundamentais do país. A ação em análise é contra a lei estadual de 2021 que proibiu a linguagem neutra na grade curricular e no material didático de instituições de ensino locais, públicas ou privadas, e em editais de concursos públicos.

Com os votos demais três ministros, anunciados na última quinta-feira (9), significa que o  STF formou maioria de seis votos para derrubar uma lei estadual de Rondônia que proibiu o uso da chamada linguagem neutra nas escolas. Com a decisão, a pautada da comunidade LGBTQIA+. Deve ser aplicada no país.

A votação ocorre no ambiente virtual, em que os ministros inserem seus votos no sistema do STF, e vai até meia-noite desta sexta-feira (10). O STF pode decidir proibir a lei, ou ainda, impedir que outras leis semelhantes sejam aprovadas em outros estados.

Até agora, votaram por considerar a lei inconstitucional o relator do caso, ministro Edson Fachin, acompanhado pelos ministros: Alexandre de Moraes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli e Luís Roberto Barroso. Os demais ainda podem incluir os votos.

Até o final do julgamento, qualquer ministro pode pedir vista (mais tempo para análise) ou destaque, para que o caso seja enviado para debate no plenário físico da Corte. “Quem se der ao elementar e necessário cuidado de buscar entender a linguagem neutra, a partir de sua inserção na realidade social, patente, viva e insuscetível de ser aprisionada, claro, sem a couraça da intolerância, do ódio e da negação da diversidade, com certeza, chegará à conclusão de que ela nada contém de modismo, de caráter partidário e ideológico”, diz o pedido discutido pelo STF.

Continua depois da publicidade

No processo no STF, tanto a Advocacia-Geral da União quanto a Procuradoria-Geral da República consideraram se tratar de competência da União legislar sobre o tema, por isso, pedem que a lei seja derrubada.

Fachin, que decidiu suspender a lei em 2021, afirmou que a norma não pode contrariar as diretrizes básicas estabelecidas pela União. O ministro sugeriu a seguinte tese:

“Norma estadual que, a pretexto de proteger os estudantes, proíbe modalidade de uso da língua portuguesa viola a competência legislativa da União.”

Segundo Fachin, embora os Estados possam legislar de forma concorrente sobre educação, “devem obedecer às normas gerais editadas pela União”. “Cabe à União estabelecer regras minimamente homogêneas em todo território nacional”, escreveu o relator.

Propaganda
Advertisement
plugins premium WordPress